Minas terá fábrica da Tigre

A catarinense Tigre, fabricante de tubos e conexões de PVC, vai construir uma fábrica em Pouso Alegre, no Sul de Minas, para produzir assentos e tampas de sanitários, armários de plástico e outros acessórios de banheiro. O investimento da unidade, que será a única da empresa no país a trabalhar nessa linha de produtos, é de R$ 27 milhões, conforme acordo assinado ontem com a Secretaria de Estado de Desenvolvimento Econômico. A posição geográfica da cidade na Região Sudeste foi considerada estratégica pela empresa, que faturou R$ 1,7 bilhão em 2006 e já ampliou suas vendas duas vezes acima do previsto no primeiro semestre. A direção da Tigre, que esteve ontem em Belo Horizonte, disse que o momento é favorável, devido ao crescimento da atividade de construção civil no país.

As obras da nova fábrica da Tigre em Pouso Alegre começam este ano e a previsão é que a inauguração da primeira fase, que custará R$ 19 milhões, ocorra no início de 2008. A capacidade será de 4,8 mil toneladas de produtos por ano, o que vai abrir oportunidade de trabalho para 300 funcionários. “Contratamos consultoria para fazer um estudo sobre logística e constatamos que a posição geográfica seria ideal para nosso projeto de expansão nesse segmento de acessórios para banheiro”, diz Evandro de Oliveira Sant’Anna, diretor da Tigre Pouso Alegre. Segundo o executivo, a cidade está próxima aos grandes centros consumidores de São Paulo, Rio de Janeiro e BH.

A presença da Tigre no mercado de acessórios no Brasil ainda é pequena, sendo a Astra, de São Paulo, a líder da categoria. A construção da fábrica no Sul de Minas, segundo Sant’Anna, vai concentrar o trabalho para tentar ampliar a concorrência. As fábricas de tubos e conexões da empresa em Joinville (SC) e Rio Claro (SP) são as atuais responsáveis pela produção desse produto. “Com a unidade mineira, toda a fabricação de acessórios será transferida para Pouso Alegre. Queremos dar foco nesse segmento e sermos o principal nele”, afirma o executivo.

O faturamento previsto com a fábrica em Minas é de R$ 140 milhões por ano, quando a segunda fase estiver concluída. Pelo projeto, serão investidos R$ 8 milhões entre 2009 e 2010 em Pouso Alegre para incluir colas, solventes, pastas lubrificantes e anéis de borracha à produção. A capacidade instalada prevista para esses produtos é de 7 mil toneladas anuais.

Sobre a possibilidade de importar material para baratear o custo de produção, medida já adotada por outras empresas de diferentes ramos industriais no Brasil, Sant’Anna disse não ser viável. “Se o dólar chegar a R$ 1,60, vocês podem me perguntar isso novamente”, comentou. Segundo ele, a presença de produtos chineses na linha de acessórios do mercado brasileiro é pequena, justamente por causa do custo de transporte devido ao volume. “Não existe no Brasil atualmente assento sanitário chinês bem-sucedido nesse segmento, por exemplo”, diz. A fábrica de Pouso Alegre será a sexta da empresa no Brasil. A Tigre tem outras na Argentina, Bolívia, Chile e Paraguai, além de unidade planejada para o Uruguai.