Jornal Estado de Minas

A MAIS JOVEM NO CARGO

'Sou um ser humano', diz primeira-ministra da Finlândia sobre vida privada


 
A mais jovem mulher a ocupar o cargo de primeira-ministra em uma democracia no mundo, Sanna Marin, de 36 anos, chorou em conferência de seu partido, na quarta-feira (24/08), ao responder às críticas que vêm recebendo por aparecer dançando em vídeo com as amigas e por uma foto de duas influenciadoras de topless se beijando. "Sou humana", afirmou.




 
Na conferência do partido, ela destacou os momentos difíceis enfrentados à frente de uma nação europeia, principalmente pelos impactos da guerra na Ucrânia. Disse que a semana passada foi muito difícil e que ansiava por "alegria, luz e diversão no meio das nuvens escuras. Reafirmou o direito à vida privada.  
 
A primeira-ministra já havia pedido desculpas nas entrevistas que concedeu desde que o vídeo e foto se tornaram públicos. Sanna explicou que o vídeo e foto foram feitos, depois de um festival de música. No entanto, o ocorrido dividiu a opinião dos filandeses.
 
A primeira-ministra tem dito que o vídeo retrata um momento em que estava com amigos. Ainda teve que responder sobre o uso de substâncias entorpecentes. Ela disse que usou álcool, mas não drogas. Ainda teve que se submeter a um exame toxicológico, que deu negativo.
 
No vídeo, ela aparece dançando com amigas em festa na residência oficial.  Também viralizou uma foto em que duas influenciadoras se beijam de topless e segurando uma faixa escrita Finlândia. A festa ocorreu em julho, mas as imagens foram compartilhadas nesta semana. 




 

Machismo 

Sanna Marin assumiu o cargo de primeira-ministra em dezembro de 2019, depois de seu antecessor, Antti Rinne, ter sido afastado do cargo em momento de crise no país que enfrentava greves dos trabalhadores. Ela estava à frente de uma coalizão de cinco partidos de esquerda liderados por mulheres.
 

Em março, a primeira-ministra denunciou o machismo que sofre por chefiar um país. Em entrevista à Vogue britânica, ela pediu que seja julgada por sua condução política do país e não pelo fato de ser mulher. "É claro que eu também tenho sentido que não sou tão boa quanto todo mundo acredita. Mas quando você passa mais tempo na política, trabalhando, voc~e percebe que as pessoas são apenas seres humanos e cada trabalho é do tamanho de uma pessoa", respondeu à publicação.
 
Sanna destacou que em toda a carreira política enfrentou a misoginia. "Em todas as posições que eu estive, meu gênero sempre foi o ponto de partida - já que sou uma mulher jovem", disse. Ela ainda reforçou que espera que um dia a questão de gênero não seja determinante na avaliação. "Quero fazer o melhor trabalho possível. Não sou melhor nem pior do que um homem de meia-idade", afirmou a jovem.