Jornal Estado de Minas

'LONGEVIVER'

Parceria entre UFMG e PBH traça panorama da população LGBTQIA+ idosa em BH

Um projeto da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) em parceria com a Prefeitura de Belo Horizonte (PBH) se propõe a pesquisar como vive a população idosa LGBTQIA+ na capital mineira. O “Longeviver” visa realizar um diagnóstico que possa efetuar políticas públicas em BH.





A iniciativa é do Programa de Extensão Diverso UFMG, da Faculdade de Direito UFMG, e da Diretoria de Políticas para a População LGBT da Prefeitura de Belo Horizonte, que teve início em 2021.

A ideia da pesquisa é focar em um grupo invisibilizado. “É um público pouco estudado, por vários motivos, o que tem a ver também com a falta de interesse da sociedade em relação à saúde física e mental dos idosos LGBT", conta a socióloga e uma das coordenadoras do projeto Cyrana Veloso.

"Além disso, muitas pessoas ‘voltam para o armário’ na velhice, por questões familiares, para serem aceitas em instituições de longa permanência, por medo da violência, da dupla discriminação”, completa.





De acordo com idealizadores do “Longeviver”, pessoas idosas LGBTQIA+  enfrentam esses estigmas na sociedade e são constantemente invisibilizadas.

Esta é a primeira pesquisa realizada em Belo Horizonte que contempla este grupo.

Relatos de agressões

De acordo com o painel de dados do Disque 100, de violações de direitos humanos, em 2021, mais de 74.980 denúncias de violência contra pessoas com mais de 60 anos foram registradas. Destas, 9.429 ocorreram em Minas Gerais, o que representa mais de um idoso sendo agredido de alguma forma a cada hora no estado.

Se constituem como forma de violência à pessoa idosa o abandono financeiro ou a exploração econômica, a violência física, a psicológica, a conjugal, a sexual, o abandono e a negligência, a autonegligência e o isolamento social. 





“O idadismo, termo que significa preconceito contra idosos, suscita violências contra essas pessoas, e por serem LGBTQIA+, são ainda mais expostas às violências, como a LGBTfobia”, comenta Cyrana.

Como participar


Interessados em participar podem entrar em contato pelo WhatsApp do projeto, pelo número 31 99509-5484.

De acordo com a socióloga, após as primeiras mensagens explicando sobre a pesquisa, será apresentada a possibilidade da conversa ser online ou presencial.  

As perguntas buscam entender a origem da pessoa, nascimento, história de vida e também da velhice. O material fica gravado, mas é sigiloso, e apenas pesquisadores têm acesso. Ao expor os dados da pesquisa, nenhum nome será revelado, e o entrevistado pode ficar à vontade também se não quiser fornecer o nome verdadeiro ou qualquer dado que o identifique.

*Estagiária sob supervisão do subeditor Thiago Prata