Jornal Estado de Minas

AGRESSÃO

Idosa é presa ao chamar passageira e cobradora de ônibus de 'macacas'



Uma idosa de 71 anos foi presa por cometer injúria racial ao chamar uma passageira de 29 anos e uma cobradora de 40 anos de um ônibus de "macacas". No Terminal Rodoviário do Cruzeiro, a Polícia Militar do Distrito Federal (PMDF) foi acionada para a ocorrência, e encaminhou a agressora à 5ª DP, na Área Central de Brasília. 



A passageira do ônibus Edilaine Ferreira dos Santos, de 29 anos, conta que estava voltando de uma consulta do filho de 6 meses e da sobrinha de 8 meses, quando parou no Terminal de ônibus do Cruzeiro para pegar um transporte até a Estrutural, onde mora. A idosa entrou quando o motorista e cobradora desceram para ir ao banheiro. A senhora perguntou aos funcionários se o veículo sairia naquele momento.

Confira o vídeo na qual a idosa discute com Edilaine, quem fez a gravação.



"Quando o motorista disse que não, ela falou que esperaria, e falou 'essa macaca sempre faz isso comigo', e eu disse que ela não podia falar aquilo porque eu sou da mesma cor que ela (cobradora), porque isso é racismo", relembra.

Em seguida, a agressora disse que Edilaine "também é uma macaca" e que só queria tirar o dinheiro dela. "Ela disse que tem uma empregada preta há nove anos, e que o vizinho dela também já tentou tirar dinheiro dela, e que ele é preto também", relata.





No momento seguinte, a idosa começou a tirar cartões e contracheques da bolsa dizendo que ganhava R$ 13 mil por mês. "Aí ela começou a atacar a gente, dizendo que preto só serve para servir os outros, pegar o dinheiro dela, o que ela não permitiria", complementa Edilaine.

A passageira se espantou e disse que nunca passou por uma situação de injúria racial. "Infelizmente, acho que ela não vai ser punida da maneira que deveria. Porque se ela for doente, que a família a ajude para que ela não fique no meio da rua fazendo isso, que é inaceitável", conclui a denunciante.

Em nota, a Polícia Civil do Distrito Federal (PMDF) informou que a idosa foi encaminhada à carceragem da central de flagrantes, no Complexo da Polícia Civil, onde está à disposição da Justiça. A Viação Pioneira — empresa responsável pelo ônibus onde ocorreu o caso — repudia esse tipo de comportamento e se solidariza com a cobradora e passageira, vítimas de injúria racional. "Caso seja necessário, a empresa dará toda assistência psicológica para a rodoviária", defende-se a companhia.