Jornal Estado de Minas

RACISMO

'Por favor, case com um branco', disse professor demitido por racismo



Viralizou nas redes sociais um vídeo feito por um aluno da Escola Estadual Ministro Alcindo Bueno de Assis (Eemaba), na cidade de Bragança Paulista, São Paulo, no qual um  professor proferia falas racistas e machistas. O docente ainda afirmava que as pessoas de pele branca estão acabando.



Na aula de biologia, o professor explicava que as chances de uma criança nascer “branquinha” ou “moreninha” em relações interracionais. Segundo esse professor, na maioria das vezes, a criança nasce morena. Neste momento, o professor revelou que aconselha a própria filha a casar com um homem branco para não ter filhos morenos. Indignados com a fala do professor, um aluno filmou e divulgou o vídeo com as falas na rede social para denunciá-lo.

“Eu falo para vocês, não sei se vocês vão acreditar no professor de biologia. Pessoas com pele branca estão acabando. A minha menina é branca. A (nome da esposa) que é a mãe dela é branca. Eu sou branco, só pode sair branco. Se saísse de olhinho puxado, moreninho, ia sair cacete lá. Então, eu falo pra ela, já falei pra ela, quando você for casar, por favor, case com um cara branco, se não vai nascer moreno e o branco hoje está acabando”, diz o professor no vídeo.

A Secretaria Estadual de Educação de São Paulo informou que o professor teve seu contrato encerrado. O orgão  afirmou, em nota, que “repudia qualquer ato de racismo dentro ou fora do ambiente escolar. Assim que soube do episódio, a direção da escola comunicou a Supervisão de Ensino e conversou com os alunos para compreender a situação. Também foi realizada reunião entre a equipe gestora, coordenação pedagógica e o contrato com o professor envolvido será extinto”.





Nesta quinta-feira (08/04), a Escola Estadual Ministro Alcindo Bueno de Assis divulgou uma nota de repúdio na qual afirma que está do lado dos alunos e alunas na luta antirracista, anti-homofobia, antimachista e quaisquer outras formas de discriminação e preconceito. “Em pleno século XXI, não podemos, enquanto educadores, apoiar dentro do espaço escolar posturas que firam os direitos humanos e colaboram para a reprodução de ideias preconceituosas, discriminatórias ou mesmo discurso de ódio”, afirma a nota da escola.
 
*Estagiário sob a supervisão de Márcia Maria Cruz