Jornal Estado de Minas

DENTRO DO POSTO

Novo bar aposta no combo comida boa, atendimento de qualidade e preço justo

 

 

Caetano Sobrinho está feliz da vida. Enfim, realizou o sonho de abrir um bar. E não é só isso. Com o Timbuca, ele conseguiu reunir num único lugar tudo o que quer oferecer aos clientes: comida boa, atendimento de primeira e preço justo. “Depois de 20 anos de cozinha, cheguei à conclusão de que esse é o segredo do sucesso”, destaca o chef, que também comanda a cozinha do restaurante Caê.





 


O Timbuca ocupa uma loja com varanda dentro de um posto de gasolina, onde funcionava o bar Borracharia, de Jaime Solares. O chef conta que já “namorava” esse ponto há um tempão. Quando trabalhava no A Favorita, seu programa nas folgas de domingo era passar a manhã no clube e almoçar no posto. No meio da pandemia, ele tomou coragem e alugou o espaço, que ficou fechado por muitos anos.


Timbuca era o nome que o avô de Caetano usava para se referir à cachaça. Seu Onofre, de Guanhães, era um “cachaceiro de primeira”, brinca. A partir dessa memória, o chef desenvolveu todo o conceito do bar, que tem uma carta com 100 rótulos. E esse é só o começo. “Salinas predomina, mas queremos colocar o maior número possível de cidades mineiras.” Por enquanto, são 73.


A parede ao fundo do bar exibe a coleção completa de marcas garimpadas de Norte a Sul do estado. Esse era um sonho antigo do chef, que se inspirou no extinto Via Cristina (diz ele que ficou “órfão” quando o bar fechou).





 

Bolinho de arroz com linguiça caipira e queijo canastra (foto: Douglas Castro/Divulgação)
 

As garrafas são numeradas seguindo a ordem alfabética e estão disponíveis em doses. Um dos rótulos, produzido pela cachaçaria Batista, de Sacramento, leva o nome do bar.


Para dar ainda mais valor à cachaça, ela é usada como base de praticamente todos os drinques. Desde os clássicos, como caipirinha e rabo de galo, aos autorais, assinados pelo mixologista Tiago Santos. Os nomes brincam com os apelidos da bebida. O Água Benta, por exemplo, combina cachaça envelhecida em carvalho com hortelã e refrigerante de grapefruit.


Os petiscos estão divididos em várias categorias. A que mais chama a atenção, sem dúvida, é a dos petiscos “raiz”. Caetano resgata receitas como dobradinha, língua, moela e chouriço de sangue. “Tem muita gente que gosta dessas comidas de bar, mas elas são difíceis de encontrar. Geralmente quem faz é a mãe ou alguém da família”, aponta. Os que gostam saem de lá eternamente gratos.





Para todos os gostos

Como sabe que não existe meio termo quando se fala em dobradinha e companhia (o mundo se divide entre os que amam e odeiam), o restante do cardápio é bem democrático.

 

De um a 100: a carta de cachaças reúne rótulos de Norte a Sul do estado (foto: Douglas Castro/Divulgação)
 

Burrata e ceviche estão na categoria dos petiscos frios. Entre os fritos, croquete de pernil com maionese de pimenta, pastel de mortadela, risole de rabada com catupiri e bolinho de arroz com linguiça caipira e queijo Canastra.


Há também petiscos para compartilhar, com destaque para o frango com catupiri da dona Juçara (mãe do chef), que ficou famoso no Caê e surge em versão petisco no Timbuca. Para acompanhar, chips de massa de pastel.


O pão da casa, desenvolvido pela Du Pain, cumpre bem seu papel de “limpar” o fundo das travessas de pratos com molhos e caldos, como a carne de panela e a língua ao vinho. Para quem curte uma picância, tem uma pimenta da casa “bem forte”, segundo o chef, e outra mais suave com o rótulo do Timbuca, encomendada para a La Pimentaria, de Itabirito.





 

Os pratos são sugestões para os almoços de fim de semana. Caetano caprichou nas opções. “Sábado e domingo são os dias em que mais gosto de trabalhar. Amo fazer almoço e dou muito valor para esse programa do belo-horizontino de sair para almoçar.”

 

Não é fácil escolher entre filé à parmegiana com arroz branco e purê de batata, mexido com feijão vermelho e linguiça caipira, copa-lombo com feijão-tropeiro, picles de cebola roxa e alho assado e escondidinho de rabada.

 

Chouriço de sangue com salada de feijão vermelho (foto: Douglas Castro/Divulgação)

A escolha de trabalhar com ingredientes bem brasileiros não é por acaso. “Tento diminuir os custos para servir uma comida mais barata possível. Quero democratizar a experiência”, justifica o chef, que lamenta não ter conseguido manter os preços baixos no Caê.





Se você quiser dar um alô para o Caetano, tem que aparecer na janelinha da cozinha. Discreto, ele não é de ficar circulando pelo salão. Lá de dentro, fica orgulhoso de ver o bar cheio em plena terça-feira e comprova que seu combo comida boa, atendimento de primeira e preço justo funciona mesmo.

 

O ambiente também conta. Na decoração, desenhos de objetos antigos (uma paixão do chef) do artista Conrado Almada. A enorme varanda tem espaço para receber crianças e pets.
Não é para já, mas Caetano pensa em replicar o conceito do Timbuca em outros pontos da cidade.

Serviço

Timbuca Bar
Avenida Afonso Pena, 4321, Serra
(31) 3646-4321