Jornal Estado de Minas

NÃO É REFRIGERANTE

Soda artesanal produzida em Esmeraldas é novidade em BH


Não é refrigerante nem água saborizada. Também não deve ser confundida com kombucha. A novidade que se tem  espalhado por Belo Horizonte tem o nome de soda artesanal. Produzida pela Magolis, pequena fábrica em Esmeraldas, a bebida à base de frutas, gaseificada e com baixo teor de açúcar, chega como uma opção leve, refrescante e saudável para matar a sede e acompanhar a comida.




 
 
Lá na fábrica não se usa extrato nem saborizante. Todos os sabores são extraídos naturalmente de insumos frescos. Além disso, adiciona-se pouco açúcar e nada de conservantes. “Os nossos produtos têm o apelo do menos artificial e do mais natural e fresco possível. Você pode beber sem ficar com peso na consciência”, destaca o fundador da Magolis, Henrique Magalhães.
 
Henrique vem do mercado cervejeiro. Seus olhos se abriram para o uso das frutas nas duas últimas fábricas onde trabalhou. “Essas fábricas faziam cervejas bem diferentes, com frutas sazonais, que eram ácidas e leves, combinavam com o nosso clima e rapidamente caíram no gosto dos brasileiros”, relembra. Daí surgiu a ideia: por que não levar o sabor das frutas para uma bebida sem restrições?
 
Para Henrique, era importante saber a origem dos alimentos, como são cultivados, por quem e de que forma poderia explorar o potencial de cada um. Por isso, ele estudou bastante esse universo antes de criar as sodas. Assim, aliou o conhecimento industrial ao agrícola, mas em uma escala bem pequena, pois trabalha de acordo com as sazonalidades dos ingredientes, respeitando o tempo deles.
 
O limão siciliano, por exemplo, é de um pequeno produtor da Serra da Moeda. A escolha não tem a ver apenas com o fato de ser mais aromático e com menos carga de agrotóxicos. Relaciona-se com o que Henrique acredita ser sustentável.




 
“Penso que, assim como ele respeita o tempo do limão, mantendo a qualidade o ano inteiro, prefiro trabalhar de maneira artesanal, com pequenos lotes, abastecendo semanalmente os pontos de venda com o produto mais fresco possível”, compara. A ideia é dar a sensação de que o limão foi espremido pouco tempo antes.

Primeira receita

Foi com esse limão que Henrique desenvolveu a primeira receita. Retiradas as partes que amargam, ele prepara um suco comparado a uma limonada suíça, pois leva a casca. “A maioria dos óleos essenciais que dão aroma e sabor estão na casca. Fora isso, tenho a preocupação de diminuir o desperdício e aproveitar melhor a fruta”, justifica. A soda de limão siciliano serve como base para outras receitas.
 
Pitanga com tangerina (foto: Magolis/Divulgação)
 
Morangos e pitangas usados na produção das sodas são de Itabira, na Grande BH, enquanto framboesas, amoras e mirtilos chegam de Gonçalves, no Sul de Minas. “Teria a opção de usar extrato, mas não conseguiria um sabor fresco. Você vê as sementinhas do morango e sente que ralamos o gengibre na hora.”




 
Henrique também usa maracujá, amora preta e morango do quintal da fábrica. Já os cafés são especiais e vêm de microlotes de pequenos produtores de várias regiões do Brasil.
 
A Magolis tem 15 sabores. Entre as opções, tangerina com pitanga; limão siciliano com abacaxi; maracujá com gengibre; acerola com laranja e morango com amora preta, framboesa e mirtilo.
 
Há também misturas mais exóticas, como o limão taiti, pepino japonês e sal rosa do Himalaia. Henrique conta que se inspirou em uma cerveja para desenvolver essa receita, sua preferida. Segundo o criador, a bebida causa estranheza num primeiro momento, mas quem prova gosta.
 
“Realmente, ela é muito diferente. O pepino dá um gosto vegetal, o limão traz bastante frescor e ainda tem um toque de sal.” Igualmente curiosa é a soda de morango com pimenta jalapeño, levemente picante.




Novos sabores

Henrique está sempre inventando novos sabores. Em breve, deve sair o de limão com caju e o de limão com raiz forte (uma espécie diferente do wasabi). Está nos planos usar outros ingredientes inéditos, como romã, jasmim, cardamomo, alecrim e lavanda.
 
Maracujá com gengibre (foto: Magolis/Divulgação)
 
“Queremos conquistar o paladar com sabores diferentes, que saiam da mesmice e atraiam pela curiosidade.” Nas receitas, ele gosta de explorar cítricos e picantes, mostrando que a bebida não precisa ser muito doce para ficar gostosa.
 
Atualmente, a fábrica produz de 500 a mil litros de soda por mês. Quando for finalizado o processo de ampliação, esse número chegará a três mil litros. Mas Henrique avisa que quer continuar caminhando na velocidade que os produtos chegam com qualidade e frescor aos clientes.




 
Tudo na empresa é artesanal, até a logística da distribuição. Eles fazem entregas semanais nos pontos de vendas para que o intervalo entre a produção e o consumo seja o menor possível. “Também quero tornar mais próximo o convívio entre quem produz e quem consome, fazer com que o produto passe por menos mãos e a nossa história chegue mais fácil ao consumidor.”
 
As sodas da Magolis são encontradas em restaurantes asiáticos, hamburguerias, cafeterias e sacolões da cidade. Segundo Henrique, elas combinam com todo tipo de comida, já que são leves e delicadas. As sodas também são vendidas diretamente para o consumidor. A Magolis tem, inclusive, um clube de assinaturas para quem mora em BH. Os participantes recebem quatro sabores variados por mês.

Serviço

Magolis
(31) 99835-8153