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Estado de Minas novidades na cozinha

Mineira vence desafio e cozinha para o Brasil nos Jogos Olímpicos de Tóquio

Sandra Rinco está na base brasileira em Saitama, onde se concentram as delegações de atletismo, levantamento de peso e boxe


18/07/2021 04:00 - atualizado 16/07/2021 15:51

"Espero aprender muito sobre culinária oriental", diz Sandra Rinco, que vai ficar quase um mês no Japão (foto: Estácio/Divulgação)

Uma mineira está cozinhando para atletas brasileiros no Japão. Sandra Rinco faz parte do grupo de alunos do curso de gastronomia da Estácio selecionado para reforçar a equipe de alimentação do time do Brasil nos Jogos Olímpicos de Tóquio, que começam na próxima sexta-feira. No total, serão servidas 35 mil refeições, incluindo café da manhã, almoço e jantar. O cardápio conta com uma seleção de pratos brasileiros. Frango com quiabo representa Minas Gerais.
 
Há 10 dias no Japão, Sandra integra a equipe de cozinha da base brasileira na cidade de Saitama. Lá, estão concentradas as delegações de atletismo, levantamento de peso e boxe. “Este é um evento histórico, num período de pandemia, onde não tem público estrangeiro, e considero muito grandioso poder dar a minha contribuição aos atletas do time do Brasil”, pontua.
 
Quem coordena o trabalho é o chef paulista Allan Sales, que se mudou para o Japão há três anos com a missão de montar as cozinhas e iniciar o treinamento dos cozinheiros locais. Para que os atletas se sintam em casa, os pratos são bem brasileiros e abrangem várias regiões do país. Além do clássico arroz, feijão, farofa e bife acebolado, estão no cardápio, por exemplo, moqueca, feijoada, churrasco, estrogonofe e lasanha. Os sabores mineiros marcam presença com o queijo e o frango com quiabo.
 
Sandra nasceu em Juiz de Fora e mora em Belo Horizonte. Doutora em história, trabalha na Faculdade de Letras da Universidade Federal de Minas (UFMG), mas sempre gostou de cozinhar. “Quando a gente sai de casa e quer comer melhor, se vira na cozinha.” Desde o início da pandemia em home office, a servidora pública conseguiu tempo para estudar gastronomia, um sonho antigo.
 
A mineira está entre os nove selecionados do Desafio Gastronômico que envolveu mais de 50 alunos das quatro unidades da Estácio, onde tem o curso de gastronomia. Além dela, que representa Belo Horizonte, seis são do Rio de Janeiro, um de Florianópolis e um de Salvador.

Dieta de atleta

Os competidores tiveram que preparar um menu completo baseado em dieta de atleta. Três ingredientes eram obrigatórios: ovo na entrada, peixe no prato principal e tapioca na sobremesa. As receitas foram avaliadas por um júri que analisou critérios como criatividade, sabor e apresentação.
 
A mineira venceu a seletiva com menu que começava por omelete francesa com creme de ricota e guacamole(foto: Estácio/Divulgação)
A mineira venceu a seletiva com menu que começava por omelete francesa com creme de ricota e guacamole (foto: Estácio/Divulgação)
 
O menu vencedor de Sandra começava por omelete francesa com recheio de creme de ricota, que tinha guacamole como acompanhamento. Depois, ela serviu aos jurados uma posta de namorado confitado com espaguete de abobrinha, legumes salteados e quiabo grelhado. De sobremesa, escolheu tapioca recheada com banana caramelizada e calda de morangos frescos.
 
A Estácio tem uma parceria de anos com o Comitê Olímpico Brasileiro (COB), mas este é o primeiro projeto de gastronomia. Para o gestor nacional de economia criativa da universidade, Leonardo Hortencio, a experiência prática numa cozinha profissional durante os Jogos Olímpicos, que é a principal competição esportiva do mundo, tem um peso e tanto no currículo.

“Não se trata de uma experiência só de gastronomia, de conhecer mais sobre a cozinha japonesa, cozinhar com ingredientes que não temos acesso no Brasil e desenvolver a competência de trabalhar em equipe com pessoas desconhecidas, do mundo inteiro. Tem também a questão de conhecer outro país e outra cultura, mesmo com as restrições da pandemia”, destaca Leonardo, que está no Japão acompanhando o projeto. Cada aluno ficará de 20 a 25 dias no Japão.
 
Desde que soube da possibilidade de trabalhar nas Olimpíadas, Sandra entendeu que seria um experiência com potencial de transformar vidas. Ainda mais no caso dela, que tem 41 anos e está se preparando para mudar de profissão. “Acho que tudo vai mudar. Isso vai me mostrar um caminho e a minha carreira vai ser ressignificada. Também espero aprender muito sobre culinária oriental, que gosto muito”, comenta a estudante, que retorna ao Brasil em 3 de agosto.

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