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Estado de Minas novidades na quarentena

Produtores de azeite recorrem à venda on-line para garantir a distribuição da safra do ano

Graças ao e-commerce, o estoque da fazenda Irarema, que fica no Sul de Minas, pode não durar até o fim do ano


postado em 12/07/2020 04:00 / atualizado em 12/07/2020 09:10

O azeite mais vendido da fazenda Irarema é o de limão siciliano, lá servido com brownie de chocolate branco com macadâmia e sorvete(foto: Daniel Reche/Divulgação)
O azeite mais vendido da fazenda Irarema é o de limão siciliano, lá servido com brownie de chocolate branco com macadâmia e sorvete (foto: Daniel Reche/Divulgação)

O início da pandemia coincidiu com o melhor período de vendas dos azeites produzidos em Minas Gerais. A colheita ocorre normalmente entre fevereiro e abril, quando a procura se intensifica, já que os produtos estão no auge do frescor. Para não perder vendas, os produtores direcionam as vendas para o e-commerce, seja próprio ou de parceiros, com entrega no Brasil inteiro.
 
De um pedido para mais de 10 por dia. As compras no site da fazenda Irarema aumentaram rapidamente desde o início da quarentena. “Lançamos o e-commerce em setembro do ano passado e ele estava crescendo muito devagar. Agora está caminhando a passos largos”, comenta o azeitólogo Moacir Carvalho Dias. A safra de 2020 rendeu oito mil litros de azeite. Até então, ele achava que ia ter sobra, agora está preocupado de o estoque não durar até o fim do ano.
 
A fazenda, que fica na divisa entre Minas e São Paulo, produz desde 2014 o premiado azeite Irarema, considerado um dos melhores do mundo. “O azeite daqui é uma explosão de sabores e o que dá a diferença sensorial é o solo vulcânico da região de Poços de Caldas”, explica Moacir, que produz no seu lagar azeites de outras 11 marcas. Segundo Moacir, degustadores internacionais ressaltam a complexidade sensorial, que envolve sabores como de pera, pimenta rosa, kiwi e casca de banana.
 
A marca trabalha com dois blends, um suave e outro intenso, além dos azeites aromatizados. Entre os sabores, manjericão, alecrim, alho, defumado e limão siciliano, o mais vendido. Muito usado em sobremesas, ele faz sucesso no restaurante da fazenda Irarema em um brownie de chocolate branco com macadâmia e sorvete.
 
A novidade da Borriello é a embalagem de cinco litros para restaurantes(foto: Borriello/Divulgação)
A novidade da Borriello é a embalagem de cinco litros para restaurantes (foto: Borriello/Divulgação)
 
O crescimento do e-commerce foi impulsionado pela procura dos consumidores pelo azeite fresco. “As pessoas que se acostumaram a um bom azeite brasileiro sabem que a melhor época para comprar é a partir de abril, por causa do frescor.” A fazenda envia para o Brasil inteiro e, desde o início de junho, voltou a receber turistas, a maioria moradores de cidades do entorno que querem passar o dia na área verde. Em vez de brunch, o restaurante oferece uma cesta com comida para piquenique.
 

Blend

A produtora Carla Borriello, do Azeite Borriello, em Andradas, Sul de Minas, confirma que a pandemia não impactou a colheita, que ocorreu em fevereiro e março. O maior impacto foi nas vendas para os restaurantes, obrigados a fechar as portas. “Cerca de 70% dos nossos clientes são chefs de cozinha, porém, esses mesmos chefs estão fazendo delivery e nós fornecemos embalagens menores que acompanham pratos para fazer um menu harmonizado.”

Com a safra deste ano, a fazenda produziu um blend com duas variedades de azeitona: koroneiki e arbequina. Venda direta só de caixas fechadas. Menos que isso, os consumidores são direcionados para pontos de venda on-line em todo o Brasil. A novidade para restaurantes é uma embalagem reciclável de cinco litros. “A ideia é tirar vidro da cozinha, ser mais sustentável e facilitar a vida do chef. Ele coloca a caixa de papelão com torneira em cima da bancada”, descreve Carla.
 
Quem consome vinho costuma gostar de um bom azeite. Pensando nisso, a Casa do Porto oferece quase 40 opções no seu delivery, entre nacionais (com destaque para os mineiros) e estrangeiros. “Antes, as pessoas compravam mais espanhóis, gregos e portugueses, mas, por Minas ter se destacado na produção de azeites, os mineiros agora são muito procurados”, observa o sócio Júnior Ribeiro.

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