Jornal Estado de Minas

MÚSICA

Cantora Karina Buhr lança o livro 'Mainá' e faz show em BH


“Acho que ser humano é feito pra isso, pra quando nasce a gente ficar feliz – a própria pessoa nascida, porém, não fica, estava lá de boa, nadando no quentinho, e de repente cai aqui nesse lugar.” Mainá não tem papas na língua, olha o mundo de forma muito especial. É uma criança, mas seu olhar, por vezes, revela madureza de pensamentos incomum. Mainá é a personagem-título do primeiro romance de Karina Buhr (Todavia). Nasceu há muitos anos como texto para teatro e, durante a pandemia, ganhou versão em prosa.





A narrativa, que acompanha a trajetória da menina, é múltipla, assim como a própria autora. Atriz, cantora e compositora, Karina também desenha e escreve. “É difícil me localizar. Em cada trabalho, vou ressignificando tudo. Quando atuei no filme ‘Meu nome é Bagdá’, do Caru Alves de Souza, achei o melhor trabalho da vida. Aí veio a pandemia”, diz Karina.
 
“Mainá” é fruto do primeiro ano da crise sanitária. Terá noite de autógrafos nesta quinta-feira (25/8), na Livraria Quixote, em BH. Na sexta (26/8), Karina se apresenta n’A Autêntica, em noite que vai comemorar também os 10 anos do bloco Alcova Libertina.

Oficina de literatura

O romance começou a tomar corpo durante oficina de escrita criativa on-line ministrada por Andréa Del Fuego, que acabou assinando a orelha da obra.

“Escrevo crônicas mensais para a revista ‘Continente’, mas o romance é um formato que vai para outro lugar. Joguei a história de Mainá no curso e as pessoas quiseram saber mais e mais dela. Então, fui ‘obrigada’ a escrever. Depois, a Andréa me sugeriu transformar em livro”, conta.




 
Os originais chegaram à Todavia em maio de 2021. “Foi até tranquilo. É como nos discos: você tem de entregar uma hora, pois, se deixar, fica mixando para sempre”, diz ela.
 
Cantora ilustrou a capa de "Mainá" (foto: Karina Buhr/reprodução)
A capa traz o desenho da personagem feito pela própria Karina. “Fiquei bem feliz, pois tinha desenhos de outras pessoas na competição. Eu só disse que, se fosse o meu, teria que ser esse.”

Mainá pode dar outro passo e chegar aos palcos. Texto e músicas já estão prontos. “Tem tudo, só falta o patrocinador. Quero muito fazer, talvez dirigir com outra pessoa. Mas ainda não fui atrás”, conta Karina.

Turnê "Desmanche"

Aos palcos, ela só voltou em abril. N’Autêntica, faz show de seu álbum mais recente, “Desmanche”. Lançado em 2019, foi pouco apresentado ao vivo por causa da pandemia.




 
Nesse retorno, Karina está com uma formação diferente: Regis Damasceno (guitarra), Maurício Badé (percussão) e Charles Tixier (teclados).

“Mesmo sem bateria e baixo, o show ficou mais pesado e barulhento do que o do 'Desmanche’ original”, conta ela, que vai apresentar o repertório do álbum, o quarto de sua carreira, além de novas versões para canções de trabalhos anteriores.

Em janeiro deste ano, Karina fez um post no Twitter sobre dificuldades que ela e colegas de profissão enfrentavam em decorrência da crise sanitária.

 

“Não é chororô, tem muita gente nessa situação. É desabafo, tristeza mesmo, por mim e todo mundo que tá sem trabalho. Todo mundo tem, além de tudo, que fingir que tá tudo bem, porque contratantes e marcas não gostam de gente triste”, escreveu.

Ministério da Cultura

“Na verdade, essa situação geral não mudou muito ainda. Não tem como mudar se não mudar o presidente. Não é que esteja esperando maravilhas. O mainstream vai continuar, mas tem uma cadeia imensa que trabalha com cultura. A pandemia fechou muita coisa, mas a gente precisa de Ministério da Cultura, de secretarias e fundações que realmente trabalhem para a coisa funcionar. Isso vai além do meu caso pessoal. O fracasso e o sucesso andam juntos, o fracasso está sempre perto. Penso não só na minha continuidade, mas do coletivo”, finaliza.

KARINA BUHR

Lançamento do romance “Mainá” (Todavia). Nesta quinta-feira (25/8), às 19h, na Livraria Quixote, Rua Fernandes Tourinho, 274, Savassi. Na sexta-feira (26/8), às 22h, a cantora faz show n’A Autêntica, Rua Álvares Maciel, 312, Santa Efigênia. Ingressos a partir de R$ 40 (à venda no site aautentica.com.br)