Jornal Estado de Minas

Palácio das Artes fecha por causa de Bolsonaro e cancela show de festival

A presença do presidente Jair Bolsonaro no Palácio das Artes nesta tarde para evento do Tribunal Regional Federal da Sexta Região (TRF6), que vai dar posse, a 18 desembargadores federais, motivou o fechamento ao público dos espaços culturais da instituição, a mais importante do Estado. 




 
A decisão, inédita, foi tomada na quarta-feira (17/8). Todos os funcionários da Fundação Clóvis Salgado estão em home office nesta sexta. Amanhã o Palácio das Artes reabre ao público com a programação normal.
 
Por causa do fechamento temporário, a programação prevista para hoje foi cancelada. Isto inclui a abertura da mostra de cinema “Philippe Vallois: Cartografias do desejo”, no Cine Humberto Mauro, transferida para amanhã; o espetáculo “Esquina esta”, montagem de formatura dos alunos de teatro do Centro de Formação Artística e Tecnológica (Cefart), que ocorreria no Teatro João Ceschiatti.
 
Atração do Savassi Festival, o bandolinista mineiro Marcos Ruffato lançaria o álbum “Vata” nesta sexta-feira, na Sala Juvenal Dias. O show foi adiado e será transferido para outra data no mesmo local, em setembro.




 
O instrumentista tocaria com sexteto formado por João Machala (trombone), Breno Mendonça (sax), Paulo Frois (bateria), Camila Rocha (contrabaixo) e Jack Will (percussão). 
 
“Esses inimigos das artes invadem o Palácio das Artes, se apropriam de um equipamento público destinado à arte e a cultura, para tirar fotos de campanha. Porque sabemos que é disto que se trata a visita”, desabafou Ruffato nas redes sociais.
  
Ao EM, o músico disse que tanto a produção do Savassi Festival quanto o Palácio das Artes procuraram uma alternativa para a realização do show na data original. “Eles se esforçaram e me deram apoio e assistência. Mas a canetada veio de cima para baixo”.
 
A frustração é grande, pois o show contaria com a participação de vários músicos e cantores de BH: Trio Amaranto, José Luiz Braga, Irene Bertachini, Maira Manga, Leopoldina Azevedo, Rafaela Sueitt, Mariah Carneiro e Tamiris Cunha.




 
Em nota enviada à imprensa, o Sindicato dos Músicos Profissionais de Minas Gerais (SindmusiMG) se solidarizou com Ruffato. O sindicato chamou de ato “autocrático e hostil à categoria dos músicos profissionais” o cancelamento do show e o ensaio da Orquestra Sinfônica de Minas Gerais.
 
Além de Bolsonaro, a solenidade prevê as participações do presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Luiz Fux; do presidente do Senado Federal, Rodrigo Pacheco; do presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira; do procurador-geral da República, Augusto Aras; e do presidente do Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Beto Simonetti.