Jornal Estado de Minas

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Jovem leva namorado ao suicídio em "The girl from Plainville"


A exemplo do que ocorreu com a recente “A escada” (HBO Max), série ficcional baseada em um crime real documentado anteriormente (“The staircase”, da Netflix), “The girl from Plainville”, que estreia neste domingo (10/7), na Starzplay, já tem sua versão documental (“Eu te amo, agora morra”, de 2019, da HBO Max).





A minissérie, que traz Elle Fanning no papel-título, acompanha a história de dois jovens de Massachusetts. Em 13 de julho de 2014, Conrad "Coco" Roy III (Colton Ryan), de 19 anos, se matou por envenenamento por monóxido de carbono em sua caminhonete, em um estacionamento de supermercado. 

Descobriu-se mais tarde que o garoto, que vivia na cidade de Mattapoisett, foi incitado ao suicídio pela namorada, Michelle Carter (Elle Fanning), de 17. Só que ela vivia em Plainville, a cerca de uma hora da cidade de Conrad. E os dois, que se conheceram na Flórida, pouco haviam se visto. Todo o relacionamento – e o estímulo para que o jovem, que tinha um histórico de depressão, se matasse – ocorreu via mensagens de texto.



A história real, com o julgamento de Michelle, foi devidamente coberta pela imprensa americana. Tanto que a série é baseada no artigo homônimo de Jesse Barron para a revista “Esquire”.





O espectador que nunca ouviu falar sobre esta história terrível já percebe que há algo errado logo no início da narrativa. Uma troca de mensagens intensa dá início a “The girl from Plainville”. Pouco depois, uma mãe desesperada (Lynn Roy, papel de Chloë Sevigny) pede ajuda a um policial para localizar o filho desaparecido. O corpo de Conrad é encontrado no estacionamento.

Desespero

Quando Michelle fica sabendo da morte do namorado, cai em completo desespero. Duas amigas antigas, com quem ela não tinha contato há tempos, vão visitá-la em casa. O primeiro sinal de que há algo muito estranho se dá quando a menina para de chorar e pergunta para as amigas qual roupa deveria usar no funeral, já que tinha que ficar “perfeita” para a mãe de Conrad.

As amigas acham tudo estranho, mais ainda porque nunca tinham ouvido falar do tal namorado de Michelle. O mesmo acontece com os pais da garota – por que ela sofria tanto se nunca havia mencionado a existência dele em casa? Michelle desaba no funeral, deixando Lynn, com quem estava mantendo constantes contatos telefônicos, impactada. 





A mãe de Conrad não consegue entender como essa menina poderia ser o amor da vida do filho – antes de se matar, o garoto escreveu uma despedida amorosa para o pai e para Michelle, e nada para a mãe. 

Ora uma adolescente aparentemente normal, ora com acessos de fúria, Michelle mostra o quão é perturbada na sequência que encerra o primeiro dos oito episódios.

No quarto, de frente para o espelho, ela começa a treinar um discurso de despedida. A fala é estudada, mas não somente isto. Olhando para o computador, Michelle, na verdade, está repetindo o discurso que a personagem Rachel (Lea Michele), do seriado “Glee”, fez para Finn (Cory Monteith), seu namorado dentro e fora da tela – Monteith morreu em 2013. 

Quando termina de apresentar o discurso copiado, Michelle vai até o fim da cena, cantando “To make you feel my love”, tal qual Lea Michele fez na ficção. A situação, vale dizer, aconteceu de verdade.


“THE GIRL FROM PLAINVILLE” 
Minissérie em oito episódios. Estreia domingo (10/7), na Starzplay. Um novo episódio por domingo.