Jornal Estado de Minas

MEMÓRIA

Adeus a Ray Liotta, astro do cinema e da TV


Ray Liotta, astro de “Os bons companheiros” (1990), filme clássico sobre a máfia, morreu enquanto dormia, na quinta-feira (26/5), na República Dominicana. Ele tinha 67 anos e rodava o longa “Dangerous waters” na região de Santo Domingo.





O filme do diretor Martin Scorsese chamou a atenção do mundo para o talento de Liotta, que interpretou o mafioso Henry Hill, contracenando com Robert De Niro e Joe Pesci. Já era praticamente um veterano, pois iniciou sua carreira nos anos 1970, em “Another world”, produção para a TV. 

Seu primeiro papel de destaque no cinema veio em 1986, na comédia “Totalmente selvagem”, longa de Jonathan Demme estrelado por Melanie Griffith e Jeff Daniels.

BEISEBOL

Liotta também se destacou em “Campo dos sonhos” (1989), filme protagonizado por Kevin Kostner. Fazia o papel do astro do beisebol “Shoeless” Joe, que comandava o time de fantasmas que disputava partidas no campo aberto num milharal pelo agricultor Ray Kinsella (Kostner).

Em 2005, Liotta ganhou o prêmio Emmy por seu trabalho como ator convidado na série “ER”. Também fez parte do elenco do longa “Hannibal”, como Paul Krendler, procurador do Departamento de Justiça dos EUA às voltas com o psiquiatra canibal Hannibal Lecter (Anthony Hopkins).





Em sua prolífica carreira, Ray Liotta foi um policial psicopata em “Obsessão fatal” (1992), ao lado de Kurt Russel; viveu o policial viciado Gary Figgis em “Cop land” (1997), contracenando com Sylvester Stallone e Robert De Niro; fez o papel do jogador compulsivo Harry Collins em “Phoenix: A última cartada” (1998). Outro trabalho foi como Jay Marotta em “História de casamento” (2019), filme da Netflix estrelado por Adam Driver e Scarlett Johansson.

Situações bizarras vividas pelos personagens mafiosos também fizeram parte da vida real de Liotta. Certa vez, contou ao jornal britânico The Independent que Tina e Nancy, filhas do cantor Frank Sinatra, enviaram para ele uma cabeça de cavalo falsa, como ocorreu na famosa (e assustadora) cena de “O poderoso chefão”, em que o mafioso Jack Woltz (John Marley) recebe o “presente” de Don Corleone (Marlon Brando).

De acordo com o ator, tratou-se de um “recado” devido ao fato de ele se recusar a trabalhar em um projeto ligado a Sinatra. “Obviamente, não era real, mas era uma cabeça de cavalo. E, você sabe, uma cabeça de cavalo significa que você está frito”, comentou.





“Fiz um pouco de tudo na minha carreira, mas parece que os vilões realmente se destacam na memória das pessoas, e acho que isso é verdade sobre qualquer ator”, afirmou Liotta, certa vez. “Não sei se sou atraído por esses papéis, na verdade. Também fiz filmes da Disney, fiz dois filmes com os Muppets, e não bato neles.”

O ator norte-americano desenvolvia vários projetos atualmente. Além de “Dangerous waters”, estava filmando “Cocaine Bear” (anunciado para 2023) e integra o elenco de “The substance”, com Demi Moore. Também é um dos destaques da série “Blackbird”, prevista para estrear em julho na Apple+. Liotta também era produtor-executivo da série documental “Five families”, sobre clãs mafiosos de Nova York.

TELINHA

Astro do cinema, a TV continuou presente na carreira dele. Entre 2016 e 2018, estrelou a série “Shades of blue” ao lado de Jennifer Lopez. Na Amazon Prime Video, fez parte de “Hanna”, seriado sobre um programa governamental de treinamento de garotas assassinas.

Ray Liotta era noivo da cabeleireira Jacy Nittolo, que o acompanhava na República Dominicana. Deixa a filha Karsen, de 23 anos, do casamento com a atriz e produtora americana Michelle Grace.