Jornal Estado de Minas

PANDEMIA

Margareth Dalcolmo, especialista em coronavírus, lança livro em BH


Com primeira tiragem esgotada, o livro “Um tempo para não esquecer” (Bazar do Tempo) será relançado pela pneumologista Margareth Dalcolmo nesta terça-feira (24/5) à noite, no auditório da Cemig, em Belo Horizonte.




 
“Não é livro técnico, é um livro destinado ao público leigo interessado em conhecer o histórico e o corte temporal do Sars-CoV-2 entre nós. Ele traz informações de natureza científica e está recheado de incursões literárias”, diz a autora. “Não é romance, não é ficcional, tampouco é livro técnico. É para ser lido por qualquer pessoa. Está sendo muito bem-aceito, o que me deixa muito satisfeita.”

EMPENHO 

Pesquisadora da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), Margareth Dalcolmo, nome de destaque na linha de frente contra a COVID-19 no Brasil, se empenha há dois anos em esclarecer a população sobre a doença. Em BH, ela participa da edição presencial do projeto Sempre um Papo e conversa com o jornalista Afonso Borges sobre sua luta.

O corte temporal do livro vai até a ofensiva da variante Ômicron, no final de 2021. A autora adianta que poderá fazer nova edição de “Um tempo para não esquecer”, contemplando essa última onda da pandemia.





Durante o Sempre um Papo, Margareth vai esclarecer o público sobre o desenvolvimento de novas vacinas e de medicamentos para tratar a COVID-19.

“Para enfrentar viroses de transmissão respiratória aguda, como a COVID-19, a arma mais poderosa que temos são as vacinas. Em seguida vêm os remédios. Estamos num momento muito positivo nesse sentido, começando a aprovar medicamentos para formas graves, os imunomoduladores e os anticorpos monoclonais, além dos antivirais para formas leves e moderadas”, explica.

“O Brasil já aprovou alguns tratamentos e estamos, neste momento, conduzindo pesquisas para validação deles. Tudo está submetido à aprovação regulatória, e a expectativa é de que tenhamos produtos de tratamento aprovados ainda em 2022”, informa.


Ao comentar o papel das vacinas de segunda geração, a pesquisadora afirma que o impacto da imunização aplicada atualmente se dá sobre o número de hospitalizações e mortes. “Haverá a segunda geração de vacinas, que já começam a ser fabricadas por algumas casas farmacêuticas, prevendo a interferência sobre a transmissão da doença.”





Porém, o coronavírus não vai desaparecer completamente. Em países heterogêneos como o Brasil há a possibilidade de epidemias localizadas. “Somos um país grande, continental, com diferenças regionais. O que assegura o controle da epidemia é o impacto conferido pelas vacinas”, ressalta.

EXEMPLO

“O Brasil talvez seja o melhor exemplo de que uma epidemia pode ser controlada. De maneira não perfeita, mas adequada, com boa cobertura (vacinal). Apesar de todas as adversidades que tivemos, o país conseguiu vacinar cerca de 80% da população com duas doses, pelo menos. Isso é suficiente? Não, não é. Sabemos hoje que precisamos vacinar com duas doses subsequentes de reforço ao esquema original de duas doses”, explica.

Margareth Dalcolmo já lançou seu livro em Vitória, Recife, São Paulo, Brasília e Rio de Janeiro. A apresentação de “Um tempo para não esquecer” é assinada pelos escritores Nélida Piñon e Domício Proença Filho, integrantes da Academia Brasileira de Letras.





* Estagiário sob supervisão da editora-assistente Ângela Faria

MARGARETH DALCOLMO

A pneumologista e pesquisadora conversa com o jornalista Afonso Borges às 19h30 desta terça-feira (24/5), no auditório da Cemig (Avenida Barbacena, 1.200, Santo Agostinho). Entrada franca. Informações: www.sempreumpapo.com.br
 
 

(foto: Bazar do Tempo/reprodução )
“UM TEMPO PARA NÃO ESQUECER”

A visão da ciência no enfrentamento da pandemia do coronavírus e o futuro da saúde
>> De Margareth Dalcolmo
>> Editora Bazar do Tempo
>> 192 páginas
>> R$ 54