Jornal Estado de Minas

MÚSICA

Maurício Pereira e Tim Bernardes, pai e filho, 'amarelaram' de vez


De um lado, Maurício Pereira, cantor e compositor paulistano com sete discos solo lançados e na ativa desde 1985, quando integrou a dupla Os Mulheres Negras, ao lado de André Abujamra. Do outro, Tim Bernardes, filho de Maurício, líder da banda O Terno, que se firmou como compositor com o lançamento de “Recomeçar” (2017), seu álbum de estreia.





Juntos, mas separados, os dois apresentam novos trabalhos. O pai prepara o lançamento de “Micro” para julho, enquanto o filho anuncia seu segundo registro de estúdio, “Mil coisas invisíveis”, para 14 de junho.

GUITARRA SEMI

O álbum de Maurício Pereira deriva do show homônimo apresentado em dupla com Tonho Penhasco. O artista relê músicas que marcaram sua carreira em arranjo minimalista, no qual predomina a presença de Semi, guitarra construída por Tonho especialmente para a gravação do trabalho.

Uma das faixas é “Um teco-teco amarelo em chamas”, que chega às plataformas digitais nesta terça-feira (24/5). Parceria com Arthur de Faria e lançada por Pereira no álbum “Pra Marte” (2007), a canção ganha versão mínima, adotada pelo artista para facilitar a turnê do disco “Outono no sudeste” (2018), que percorreu diversas regiões do Brasil.





“O 'micro' passou a ter vida própria, virou um jeito de ver o mundo e foi ganhando energia, poesia e linguagem”, explica Pereira no material enviado à imprensa. Para ele, a música “é uma maneira poética de dizer que, na hora do conflito, mais que nunca, o mundo está indo para o choque, para o embate, para um entrar de cabeça no outro.”
 
Tonho Penhasco é o companheiro de Maurício Pereira nas experimentações com a guitarra Semi (foto: Georgia Branco/divulgação)


Por sua vez, Tim Bernardes lançou dois singles de seu aguardado segundo álbum. “Nascer, viver, morrer” saiu em 3 de maio e mostra que o artista não abandona o tom existencialista de estreia, ainda que pareça ter deixado para trás a melancolia da rejeição amorosa.

“BB (Garupa de moto amarela)”, lançado no último dia 17, aborda a temática romântica, mas sob a ótica de quem está apaixonado. Em termos de sonoridade, Tim não se afasta do folk que o consagrou, ainda que as novas músicas tenham presença mais marcante do violão em relação ao piano do disco anterior.





Desde “Recomeçar”, o artista capitaneou produção, composição e gravação do quarto álbum de estúdio do trio O Terno, “atrás/além”, lançado em abril de 2019. Paralelamente, manteve a carreira solo ativa. Em 2019, divulgou os singles “Eu sonhei que tu estavas tão linda” e “Só nós dois”.


PARA GAL E BETHÂNIA 

Desde então, Tim participou de discos de Baco Exu do Blues, Manu Gavassi e Jards Macalé. Foi um dos convidados de Gal Costa para interpretar “Baby” no álbum “Nenhuma dor” (2021), no qual a baiana revisita sucessos da carreira. Mais recentemente, escreveu o bolero “Prudência”, gravado por Maria Bethânia no disco “Noturno” (2021).

Assim que lançar “Mil coisas invisíveis”, Tim Bernardes embarca para os Estados Unidos para abrir os shows da turnê estadunidense da banda de indie folk Fleet Foxes. No quarto álbum do grupo, “Shore” (2020), ele canta, em português, na faixa “Going-to-the-sun road”.

“UM TECO-TECO AMARELO EM CHAMAS”

Single de Maurício Pereira
Independente
Disponível nas plataformas digitais

“BB (GARUPA DE MOTO AMARELA)”

“NASCER, VIVER, MORRER”

Singles de Tim Bernardes
Coala Records
Disponível nas plataformas digitais