Jornal Estado de Minas

CINEMA

Série de sucesso, 'Meu amigãozão' vira filme e história ganha vilão



Série de sucesso entre o público infantil, a animação brasileira "Meu amigãozão" ganhou versão cinematográfica com exibição em três sessões de pré-estreia neste domingo (8/5) e estreia oficial  nos cinemas de Belo Horizonte na próxima quinta (12/5).



O filme, com direção de Andrés Lieban e distribuição da O2 Play em parceria com a RioFilme, leva para as telonas uma história inédita protagonizada por Yuri, Lili, Matti e seus amigos imaginários.

Em "Meu amigãozão – O filme", o trio de amigos e seus fiéis escudeiros – Golias, Nessa e Bongo – viajam para uma colônia de férias infantil, onde conhecem Duvi Dudum. Divertido e cativante, o personagem esconde dos três um plano secreto de separá-los de seus 'amigãozões'. É aí que eles entram em ação e não medem esforços para resgatá-los e manterem vivas as suas imaginações.

"A ideia de fazer o filme do 'Meu amigãozão' surgiu quando estávamos terminando a primeira temporada da série. Como foi uma produção superbem recebida, nós já tínhamos essa vontade antes mesmo de produzir a segunda leva de episódios. Desde o início, o objetivo era fazer com que as histórias dessas três crianças e de seus amigos imaginários chegassem a outros públicos", conta o diretor.





A série, produzida numa parceria entre a produtora brasileira 2DLAB e a produtora canadense Breakthrough, estreou em 2010 no canal pago Discovery Kids, que exibiu suas duas temporadas. Ao todo, ela possui 104 episódios com duração média de 12 minutos, atualmente disponíveis para streaming no Globoplay e na Netflix.

DIFERENÇAS

"Uma coisa é escrever para 11 minutos e outra é escrever para 76 minutos, que é a duração do filme. Por isso, cada personagem tem o seu arco, mas o tema do filme é o mesmo para os três: autoconfiança. O vilão, Duvi Dudum, tem esse nome porque ele representa a dúvida. E ele chega para confundir os personagens. Para superar as questões que ele levanta, os três percebem que precisam se reencontrar", explica Lieban.

A presença do vilão é uma das principais diferenças entre o filme e a série. O diretor explica que, como o seriado é voltado para crianças pré-escolares, existe a preocupação de não colocar esse público em contato com personagens de ética duvidosa. Já no filme, que é voltado para todas as idades, a produção tomou a liberdade de criar um vilão que, apesar de representar o contraponto da história, também é cativante.





"A gente queria que o filme fosse divertido para todo mundo. O Duvi Dudum é um vilão cômico que as crianças vão gostar. Ainda assim, suas intenções são muito claras e isso é importante para que haja a diferença entre ele os demais personagens", afirma o diretor.

Vilão Duvi Dudum, que tem esse nome porque representa a dúvida, faz sua estreia no longa ''Meu amigãozão - O filme'' (foto: O2 Play/DIVULGAÇÃO)

FILARMÔNICA DE PRAGA

O roteiro do filme é assinado pela cocriadora da série, Cláudia Breitman, com consultoria do Laboratório Sesc Rio de Roteiros para Cinema. O canadense Clive Endersby é o responsável pela redação final da animação. O filme conta com as vozes de Guilherme Briggs, Fernanda Ribeiro e Alice Lieban.

"Naturalmente, um filme tem uma série de camadas, tanto na narrativa quanto em termos de estética e experiência visual. Ele tem uma direção muito mais cinematográfica que pode ser percebida pela profundidade das cenas e pela edição do som que abraça o espectador por todos os lados. A trilha sonora foi toda orquestrada pela Orquestra Filarmônica de Praga. Em certos momentos, ele se torna um filme musical. Todos esses são elementos que nos ajudaram a criar a atmosfera cinematográfica da história", afirma Lieban.





O diretor conta que o período mais intenso da produção de "Meu amigãozão – O filme" foi durante a pandemia da COVID-19. Muitas etapas do processo de construção do longa foram feitas a distância, até mesmo a gravação das vozes pelos dubladores. "Foi uma experiência única. O filme já vinha sendo desenvolvido há alguns anos, porque uma animação demora para ser feita, e a gente conseguiu prosseguir com a produção durante a quarentena", analisa.

FALTA DE FOMENTO

Apesar disso,  Lieban entende que o momento atual para o cinema é positivo porque os últimos dois anos foram marcados por incertezas em relação à abertura dos cinemas e à retomada da rotina de lançamentos. E demonstra preocupação com a redução dos mecanismos de fomento do audiovisual brasileiro.

"Estamos vivendo um ano atípico e bom para lançar filmes. Só que esses trabalhos na verdade são uma demanda reprimida pela pandemia, que estavam prontos e ficaram os últimos dois anos esperando uma oportunidade para serem lançados. Como vai ser quando isso acabar? Não sei. Ainda mais diante da falta de fomento e da ressaca do mercado que patrocina e investe neste tipo de produção. O ano de 2022 será atípico em termos de lançamentos, mas ainda não dá para saber se o volume de produções continuará alto", avalia.

"MEU AMIGÃOZÃO – O FILME"
(Brasil, 2022, 76min, de Andrés Laiban, com as vozes de Guilherme Briggs, Fernanda Ribeiro e Alice Lieban). Pré-estreia neste domingo (8/5): Del Rey 5, às 14h; Boulevard 2, às 13h45; e BH Shopping 8, às 12h25. Estreia oficial na próxima quinta-feira (12/4)