Jornal Estado de Minas

SÉRIE

'Dr. Death' conta a história do médico que matou e aleijou pacientes


Dois meses após estrear nos Estados Unidos, a minissérie “Dr. Death” chega ao catálogo da Starzplay neste domingo (12/09), pronta para atrair os aficionados por produções baseadas em crimes reais. A elogiada produção é estrelada por Joshua Jackson, conta com Alec Baldwin, Christian Slater e AnnaSophia Robb no elenco, e se soma às centenas de séries ambientadas em hospitais.





Quem está acostumado com as histórias inspiradoras de “Grey's anatomy”, “The good doctor” ou até mesmo com o sarcasmo intermitente do eficiente doutor House pode se assustar com o clima sombrio de “Dr. Death”. A julgar pelo título, que pode ser livremente traduzido para “Dr. Morte”, é possível deduzir que o doutor em questão não é nenhum herói responsável por salvar a vida de pessoas inocentes.
A promotora Michelle Shugart (AnnaSophia Robb) e os médicos Randall Kirby (Christian Slater) e Robert Henderson (Alec Baldwin) desmascararam o charlatão (foto: Starzplay/divulgação)


ESTRELA 

Muito pelo contrário, o doutor Christopher Duntsch (Joshua Jackson) trata enfermos com frieza e manipulação. Estrela em ascensão na comunidade médica de Dallas, no Texas, ele inicia a carreira com carisma e logo se torna reconhecido pelo brilhantismo como neurocirurgião. No entanto, repentinamente, seus pacientes começam a sofrer sequelas graves nas cirurgias, ocasionando mutilações permanentes e até mesmo a morte.

Enquanto Duntsch acumula vítimas, o neurocirurgião Robert Henderson (Alec Baldwin) e o cirurgião vascular Randall Kirby (Christian Slater) decidem detê-lo. Para isso, contam com a ajuda da promotora de Justiça Michelle Shugart (AnnaSophia Robb).





A série parte de Duntsch na prisão para mostrar o que o fez chegar até ali, destacando a época de estudante, quando pleiteava, com insucesso, uma bolsa para jogadores de futebol na faculdade. Esse fracasso o fez desistir e seguir a carreira médica.

A produção também destaca o quanto a atuação profissional de Duntsch era marcada pelo uso de álcool e drogas, o que colaborou para as cirurgias malsucedidas.

Digna dos thrillers mais assustadores feitos em Hollywood, a história de “Dr. Death” se baseia em fatos reais e ganhou notoriedade ao se tornar tema do podcast homônimo que analisa a má conduta de médicos nos Estados Unidos.

PODCAST

Cada uma das três temporadas aborda casos diferentes. A de Christopher Duntsch é a primeira. Assim como a quarta temporada da série de podcasts “Projeto humanos”, que virou a série “O caso Evandro”, produzida e lançada pela Globoplay, “Dr. Death” despertou o interesse da produtora UCP, divisão do Universal Studio Group, foi lançada nos Estados Unidos pela HBO e chega ao Brasil pela Starzplay.





Para isso, foi escalada a equipe de diretoras formada por Jeniffer Morrison (de “Euphoria”), So Yong Kim (de “Grand army”) e Maggie Kiley (de “Dirty John”).

Conhecido pelo trabalho na série “Dawson's creek” (1998-2003), Joshua Jackson não foi a primeira opção para dar vida a Christopher Duntsch. 

A princípio, o papel era do britânico Jamie Dornan, o Christian Grey da trilogia “Cinquenta tons de cinza”.

Segundo a produtora Peacock, responsável pela minissérie, a mudança se deveu à incompatibilidade de agenda do ator após os sucessivos adiamentos das gravações por causa da pandemia da COVID-19.

A mudança parece positiva. Jackson é bastante parecido com Duntsch, fator importante para uma produção baseada em fatos reais.

Realidade superou a ficção

O médico Christopher Duntsch (C) durante depoimento (foto: NBC5 TV/REPRODUÇÃO)


Christopher Duntsch fez residência em neurocirurgia na Universidade do Tennessee. Associou-se a um professor, que o protegia, em empreendimento ligado à área de biotecnologia e acumulou dívidas com esse projeto. Mudou-se para Dallas, no Texas, apresentou currículo com várias informações falsas e foi contratado por um hospital local.

Equipes que trabalhavam com Duntsch desconfiavam que ele realizava cirurgias depois de usar drogas. Mesmo assim, foi contratado por vários centros de saúde, até ser denunciado às autoridades.

Trinta e três pacientes operados por Duntsch sofreram graves sequelas.Alguns ficaram paralíticos, como o próprio amigo de infância dele. Dois morreram.  Em 2017, o neurocirurgião foi condenado à prisão perpétua.




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