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Estado de Minas GRAFITE

Festival NaLata colore prédios de São Paulo com 12 murais

Pandemia obrigou organizadores a reduzir a programação, mas 14 grafiteiros deixaram a sua marca em prédios do Bairro de Pinheiros, na capital paulista


25/08/2020 04:00 - atualizado 24/08/2020 22:02

Prédios no Bairro de Pinheiros, em São Paulo, se transformaram em galeria a céu aberto (foto: Miguel Schincariol/AFP)
Prédios no Bairro de Pinheiros, em São Paulo, se transformaram em galeria a céu aberto (foto: Miguel Schincariol/AFP)

Suspensa em um andaime a 30 metros do chão, a mexicana Paola Delfín, de 31 anos, finaliza os últimos detalhes do grafite gigante que começou a pintar há um mês no Bairro de Pinheiros, em São Paulo.

O rosto de uma mulher em diferentes tons de cinza faz parte do conjunto de 12 murais idealizados em parceria com outros 14 artistas, que cobriram por completo as fachadas laterais de vários prédios daquela região paulistana.

Em plena pandemia do novo coronavírus, São Paulo reforça ainda mais a sua fama de epicentro mundial da arte urbana. O projeto formará o maior conjunto de grafites do Brasil, com 3,7 mil metros quadrados pintados. Batizado de Festival NaLata, o evento reuniria muitas várias obras de arte e artistas, mas a COVID-19 obrigou os organizadores a cancelar grande parte da programação.

“Em função da pandemia, a gente só colocou os artistas que estavam em São Paulo. O festival tinha uma série de atividades para o público, mas desistimos para evitar aglomeração. Com essas pinturas, o festival acontece na rua, é totalmente democrático”, explica o curador, Luan Cardoso.

Para pintar as fachadas, foi necessário pedir autorização de cada morador do prédio. “Na hora de começar, é sempre difícil. Depois, todos os moradores que não gostavam passam a amar, elogiar e falar superbem”, diz Cardoso. “Tiram fotos, postam nas redes sociais, marcam 'olha que lindo o que está crescendo na minha casa'”, comenta.

Com 21,5 milhões de habitantes em sua região metropolitana, São Paulo é referência mundial em arte de rua. Para Paola Delfín, retratar os rostos de um homem e de uma mulher no mural de 26m por 7m na meca do grafite é um sonho que se tornou realidade. “Fazer isso aqui, em um lugar supercentral, é superimportante”, explica. “A mensagem geral é de esperança, de que as coisas vão voltar ao seu rumo.”

Na maior obra do conjunto, o personagem multifacetado e colorido carrega em seus braços um felino, usando cocar indígena, cujas penas são latas de spray utilizadas para grafitar. Essa misteriosa figura, criada pelo artista plástico Enivo, usa uma saia longa com a bandeira do Brasil, cujo lema “Ordem e Progresso” foi substituído por “Novo Tempo”. (AFP)


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