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Estado de Minas MEMÓRIA

Morre Jimmy Cobb, baterista do lendário 'Kind of blue'

Americano fez história ao tocar com Miles Davis no disco que mudou a história do jazz. Ele tinha 91 anos e sofria de câncer no pulmão


postado em 26/05/2020 04:00

Família fez campanha para financiar o tratamento de saúde de Jimmy Cobb, que tocou no icônico disco Kind of blue (foto: Youtube/reprodução)
Família fez campanha para financiar o tratamento de saúde de Jimmy Cobb, que tocou no icônico disco Kind of blue (foto: Youtube/reprodução)

O baterista Jimmy Cobb morreu no domingo (24), aos 91 anos, de câncer no pulmão, informou a família dele, nos Estados Unidos. Cobb gravou com Miles Davis Kind of blue, o álbum mais vendido da história do jazz, lançado em 1959.

O instrumentista norte-americano também fez parte do “time” de talentos do jazz que reuniu o saxofonista John Coltrane, o baixista Paul Chambers, o saxofonista Julian Cannonball Adderley e o pianista Bill Evans.

Nascido em Washington, Wilbur James Cobb teve longa carreira. A ligação dele com Miles Davis começou no início de 1955, quando o baterista se estabeleceu em Nova York em busca de oportunidades. Logo passou a trabalhar com o ícone do jazz, mas também tocou com John Coltrane, Cannonball Adderley, Wes Montgomery, Dizzy Gillespie, Dinah Washington e Pearl Bailey.

Em 2007, em entrevista ao jornal espanhol El País, Cobb disse que a gravação de Kind of blue “foi uma sessão como outra qualquer”. “Fui o primeiro a chegar ao estúdio, coloquei a bateria e esperei que os outros chegassem (...). De certa forma, toquei como todo mundo naquela época, embora do meu jeito, claro. Comecei a tocar o estilo Philly Joe porque pensei que era o que Miles queria, até que percebi que não precisava, o que foi um alívio.”

Na entrevista, ele comentou como via o “fenômeno” Kind of blue, um dos álbuns mais cultuados da história da música. “Acho que estávamos no lugar certo, na hora certa, não sei. Você precisa levar em conta o que estava ocorrendo quando gravamos. Bebop se tornou uma coisa muito complicada, todo mundo tocando as mesmas peças, os mesmos padrões. Então, Miles apareceu fazendo exatamente o oposto, mas era assim que ele fazia as coisas”, comentou.

“Kind of blue gerou um tipo de movimento social. Todo mundo estava ouvindo o mesmo e sentindo o mesmo. É provavelmente por isso que o álbum continua vendendo”, disse Cobb.

''Bebop se tornou uma coisa muito complicada, todo mundo tocando as mesmas peças, os mesmos padrões. Então, Miles apareceu fazendo exatamente o oposto''

Jimmy Cobb, sobre Kind of blue


CAMPANHA

Apesar de seu reconhecido talento e de sua contribuição ao jazz, Jimmy Cobb enfrentou graves problemas financeiros no final da vida. Em janeiro deste ano, a família lançou uma campanha buscando recursos para despesas não pagas pelo seguro de saúde do baterista.

Serena Cobb, filha do instrumentista, comentou, ao explicar a iniciativa: “Ele é um homem humilde que sempre ajudou sua comunidade, nunca pediria algo para si próprio”. De acordo com agências de notícias, a campanha conseguiu arrecadar cerca de US$ 90 mil.


(foto: AFP)
(foto: AFP)

ADEUS A LILY

Considerada a última cantora de rua de Paris e amiga do icônico Maurice Chevalier, Lily Lian (foto), de 103 anos, morreu domingo (24), em Paris, informou seu afilhado, Michaël Gautier. Ela estava internada em um hospital na capital francesa. A canção Lily Paname foi um de seus grandes sucessos nas décadas de 1950 e 1960. A artista passou à posteridade em duas imagens do famoso fotógrafo Robert Doisneau. Lian se apresentou com Edith Piaf, Tino Rossi e Yves Montand.


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