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Estado de Minas

Conheca o 'Gigante Africano' que roubou a cena da live de Lady Gaga

Performance do nigeriano Burna Boy atraiu a atenção de milhões de espectadores para o seu afropop, que já conquistou a Europa


postado em 23/04/2020 04:00

Burna Boy chega para a cerimônia de premiação do Brit Awards, em Londres, no último dia 18 de fevereiro (foto: Loic Venance/AFP)
Burna Boy chega para a cerimônia de premiação do Brit Awards, em Londres, no último dia 18 de fevereiro (foto: Loic Venance/AFP)

A “live das lives” promovida por Lady Gaga e a ONG Global Citizen, no sábado passado (18), para uma plateia em escala planetária, One world: together at home, reuniu uma centena de artistas. Mas um, em especial, atraiu os olhos e ouvidos de milhões de espectadores.

A performance de Burna Boy  foi a mais procurada no Shazam, aplicativo que identifica músicas via áudio, segundo o site de notícias AllHipHop. Quem ativou o recurso durante a breve passagem do artista pelo evento descobriu que ele cantou as músicas African Giant e Hallelujah, duas boas representantes do repertório afropop repleto de vocais inclassificáveis desse nigeriano de 28 anos.

As canções foram apresentadas de forma despretensiosa no vídeo que foi ao ar entre a performance do astro country Keith Urban e da estrela latina Jennifer Lopez.

Apesar de ser novidade para muitas das pessoas que acompanharam o festival, Burna Boy surgiu no cenário da música no início da década de 2010 e chamou a atenção por promover uma fusão bastante improvável entre dance music, raggae e afro-beat.

Ainda que o disco de estreia, L.I.F.E – Living an impact for eternity (2013), não o tenha projetado mundialmente, o single Like to party, lançado no ano anterior, provou ser o melhor cartão de visitas que o cantor poderia ter.

Com letra em inglês e sonoridade que muito dialoga com o rap feito pelos artistas dos Estados Unidos, a canção não traz lá grandes novidades sonoras, não fosse o sotaque com que Burna encaixa as palavras e frases no instrumental.

Nos cinco anos seguintes, ele lançou mais dois álbuns, On a spaceship (2015) e Redemption (2016), e gravou com uma variedade de artistas, formando algumas parcerias surpreendentes, como a que o reuniu à banda de pop punk Fall Out Boy.

No quarto disco, Outside (2018), ele se deixou levar por uma abordagem mais palatável aos ouvidos do mundo, flertando pela primeira vez com R&B, e tendo como convidados o rapper J Hus, em Sekkle down, e a cantora Lily Allen, em Heaven's gate – os dois, inclusive, trocaram parcerias e ele gravou com ela a música Your choice, presente no álbum No shame (2018).

COACHELLA O álbum alcançou o top 3 da parada de reggae da Billboard e rendeu um convite para Burna Boy se apresentar no festival Coachella, um dos mais importantes do mundo, que anualmente apresenta uma seleção de artistas bastante atenta às tendências musicais.

Depois de conquistar fama mundial – ainda que esse mundo se resuma, muitas vezes, à Europa e aos Estados Unidos –, Burna Boy retornou às origens e lançou, em meados de 2019, o aclamado disco African giant, contendo impressionantes 19 faixas e convidados como Damien Marley, o rapper Future e a cantora Jorja Smith. O trabalho foi indicado à categoria de Melhor Álbum de Música Mundial na edição 2020 do Grammy Awards.

“Qualquer africano que sonha ou tem esperança por seu povo ou para si mesmo é um gigante”, declarou ele, à época do lançamento do disco, responsável por transformá-lo no fenômeno capaz de representar a África em um evento mundial.

A francesa Christine and the Queens, que canta em diversas línguas, se apresenta em festival francês, em julho do ano passado (foto: Loic Venance/AFP)
A francesa Christine and the Queens, que canta em diversas línguas, se apresenta em festival francês, em julho do ano passado (foto: Loic Venance/AFP)

EXEMPLO DO POP PERFECTION

Outra artista que chamou a atenção durante o One world together at home foi a francesa Christine and the Queens, nome artístico adotado por Héloïse Letissier, de 31 anos. Natural de Nantes, ela se apresentou no pré-show do evento, com as canções People, I've been sad e Mountains (we met).

Christine aproveitou sua partição para expressar solidariedade e preocupação com a saúde mental da população confinada. Ela contou que não tem sido fácil enfrentar a quarentena na França, já em sua quarta semana, e ressaltou que, numa situação como essa, é natural que o estado emocional das pessoas sofra um grande impacto.

Autodescrita como cantora de freakpop, ela surgiu em 2013 com o EP Nuit 17 à 52. No ano seguinte, veio seu elogiado disco de estreia, Chaleur humaine, que em 2016 ganhou uma nova versão, trazendo a música Tilted, e foi sucedido por Chris ( 2018), seu mais recente álbum.

Depois de ter músicas presentes em sucessos televisivos como o seriado Girls (HBO) e o reality show RuPaul's drag race, Christine liberou, em fevereiro passado, o EP La vita nuova, cravando de vez sua vocação para o pop perfection, termo cunhado na web para se referir à músicas que, apesar de não pertencerem ao mainstream, conseguem atingir a qualidade que antes só era possível em trabalhos de grandes estrelas.

No projeto, a artista canta em inglês, francês, italiano e espanhol, realiza um bem-vindo dueto com Caroline Polachek (ex-Chairlift) e aproveita para transformar as canções em um belo curta-metragem realizado pelo cineasta Colin Cardo. O trabalho tem sido considerado o renascimento de Christine, algo que, até aqui, vale a pena acompanhar.




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