(none) || (none)
UAI
Publicidade

Estado de Minas

Músicos inovam e fazem shows 'solitários' em condomínios

Durante a quarentena, artistas cantam em áreas comuns de prédios e moradores apreciam das janelas ou varadas


postado em 14/04/2020 04:00

Na quarentena, o trompetista João Vianna e o filho Pedro Bichuete fazem shows em condomínios e moradores curtem a apresentação das janelas (foto: Arquivo Pessoal )
Na quarentena, o trompetista João Vianna e o filho Pedro Bichuete fazem shows em condomínios e moradores curtem a apresentação das janelas (foto: Arquivo Pessoal )

Os moradores continuam em seus apartamentos e me escutam de suas varandas e janelas... A essência do projeto é levar música às pessoas neste momento

João Vianna, músico

Em tempos de quarentena, músicos buscam formas para trabalhar durante o isolamento social. Para o trompetista João Vianna e o filho, o violonista Pedro Bichuete, não é hora de ficar parado. Com cerca de 30 anos de carreira, Vianna já fez parte de várias bandas, como o Skank, e hoje integra o grupo Vil Metal e a Charanga Pop.

Seguindo a máxima de que todo artista tem de ir aonde o povo está, Vianna encontrou uma nova forma de trabalhar e vender CDs. “Estava aproveitando esse tempo para estudar técnicas e me dedicar a uma rotina com meu instrumento, mas percebi que os vizinhos ficavam atentos ao que estava tocando. Então, passei a tocar de minha janela com a intenção de que a música pudesse chegar até eles.”

Para surpresa de Vianna, os vizinhos adoraram. “Eles foram para as varandas escutar o nosso som. O movimento pegou na minha rua e achei melhor ir até a esquina, onde tinha mais prédios, para que outras pessoas também pudessem escutar. Foi incrível, teve muito compartilhamento de vídeos, uma vez que eram prédios grandes e com muitos moradores. Depois de umas três ações em lugares diferentes, outros condomínios passaram a me chamar.”

Vianna entra no prédio e toca na área comum. “Os moradores continuam em seus apartamentos e me escutam de suas varandas e janelas. A contrapartida é comprar o meu álbum No stress, que traz releituras de músicas de sucesso. É claro que não é obrigatória a compra. Não cobro cachê, mas peço ao pessoal para comprar o CDS e, com as vendas, chegamos a ter um bom retorno, quase ao valor de um show.”

Ele tem sido convidado para se apresentar em aniversários. “O aniversariante combina com os vizinhos e faz a sua festinha, cada um na sua casa. Então, nós tocamos lá na área comum do condomínio. Fazemos normalmente uma hora de show. Para comprar o CD, as pessoas, normalmente, deixam o dinheiro nos escaninhos. Vou, pego e deixo o disco. Mas o pagamento pode ser feito por depósito bancário. Assim, deixo CDs na portaria e o número da conta bancária. Na minha última apresentação, em um prédio com 80 moradores, vendi 50 discos. Foram R$ 1 mil, o que ajuda muito”.

O trompetista conta que não se incomoda de tocar e não vender CD. “A essência do projeto é levar música às pessoas neste momento”, declara. 

SINGLES E LIVES

 Para Podé Nastácia, vocalista da banda Tianastácia, o momento é de dedicar à música, compor e pesquisar na internet. “Quando não estou compondo, busco no YouTube shows de bandas de que gosto e que fazem parte da minha formação musical, como Led Zeppelin, Red Hot Chilli Peppers, Pearl Jam e Black Sabbath. Estamos esperando passar a quarentena para lançarmos o nosso CD, que já está pronto. Por enquanto, lançamos somente o single Bom dia manhã.”

O músico conta que também aderiu às lives. “No domingo (12), cantei 30 músicas. O pessoal não queria deixar eu parar de cantar e fui prosseguindo. Até agora fiz duas lives e elas tiveram boa audiência, sendo vistas por cerca de 20 mil pessoas.”

Com 50 anos de carreira, o compositor e tecladista Marilton Borges está aproveitando a quarentena para descansar um pouco. “Enquanto isso, vou vendo os noticiários e lives de músicos amigos para passar o tempo. Toco toda semana e quero aproveitar esse período para relaxar. Meu filho, Rodrigo Borges, tem feito lives e está gostando muito.”

Com o fechamento das casas do Circuito do Rock, Alexandre da Mata, vocalista dos grupos Seu Madruga e Black Dogs, aproveita para continuar dando aulas. “Tenho usado o skype para meus alunos de guitarra e violão. Fora isso, estou produzindo videoaulas para serem vendidas posteriormente”, conta.

A Velotrol também está cumprindo sua quarentena. Para o vocalista Elvis Krause, o negócio é não ficar parado. “Fizemos uma live no sábado (11) para ver se conseguíamos arrecadar algum dinheiro. O resultado foi surpreendente, pois arrecadamos de alguns patrocínios, anunciantes e de doações do público”, conta. 


receba nossa newsletter

Comece o dia com as notícias selecionadas pelo nosso editor

Cadastro realizado com sucesso!

*Para comentar, faça seu login ou assine

Publicidade

(none) || (none)