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Guto Goffi promete 'banquete tropicalista' em seu disco solo 'C.A.O.S'

Baterista do Barão Vermelho diz que CD traz novas sonoridades e 'um rock diferente'. Nani Dias, Edu Krieger, Claudio Bedran e os colegas de banda estão entre os parceiros dele


postado em 17/02/2020 04:00 / atualizado em 16/02/2020 21:31

Guto Goffi (C, de boné) convocou O Bando do Bem para gravar C.A.O.S, que traz 'um rock diferente' (foto: Frederico Mendes/Divulgação)
Guto Goffi (C, de boné) convocou O Bando do Bem para gravar C.A.O.S, que traz 'um rock diferente' (foto: Frederico Mendes/Divulgação)

Um disco visceral e epidérmico. Assim é C.A.O.S, nas palavras do baterista e compositor Guto Goffi, que está lançando seu terceiro álbum solo ao lado do grupo O Bando do Bem. O título é, ao mesmo tempo, sigla e conceito. Significa Confusões Artísticas e Obras Sonoras.

“A ideia do disco veio do material fotográfico que fiz há cerca de 15 anos. Canções e letras surgiram de ilustrações coloridas que distorcem o cotidiano e o real em outros pensamentos”, conta Goffi, de
57 anos, fundador e integrante da banda Barão Vermelho. Alimentar (2011) e Bem (2016) são os outros trabalhos solo dele.

Com as faixas prontas de C.A.O.S em mãos, Guto convidou os amigos d'O Bando do Bem para gravá-las com ele. “Desta vez, pude contar também com o apoio luxuoso do guitarrista carioca Nani Dias na produção. Com sua modernidade e grande experiência em estúdios, Nani, que tocou comigo no grupo Os Britos, atualizou a sonoridade da banda. Criamos um rock diferente do que se vê por aqui”, afirma o baterista e compositor.

O álbum conta com várias parcerias. A faixa Cérebros e cabeças, por exemplo, reúne Maurício Barros, Fernando Magalhães e Rodrigo Suricato, companheiros de Guto no Barão Vermelho. Edu Krieger é parceiro em Samba do adeus. Claudio Bedran, da banda Blues Etílicos, está em Decassílablues. O guitarrista e compositor carioca Claudio Gurgel e Guto compuseram A queda.

Já Búfalos e leões, parceria com o poeta Xampu, que mora em Curitiba, traz a única letra que não é de Goffi. O baterista assina sozinho as faixas Mais feliz, Mil nadas e Mais perfeito.


DESPEDIDA

Guto comenta que C.A.O.S talvez seja o último disco físico dele. “Digo isso porque, hoje em dia, o pessoal lança trabalhos apenas nas plataformas digitais. Porém, saímos em CD e também estamos nas plataformas. Estou vendo se consigo lançar o vinil. Gravei 10 músicas e no final do trabalho, quando consegui definir a ordem delas, descobri que tinha ali dois lados bem equilibrados, diferentes, bem no formato dos LPs antigos. Por isso quero fazer o vinil.”

De acordo com o baterista do Barão, o novo projeto solo abre novos caminhos para ele. “Vim do CD Bem, que trazia sonoridade bem brasileira, bem regional. Convidei o Nani Dias para me ajudar na produção e ele veio com ideias muito legais. Inclusive, fez a reedição da primeira música, que eu já havia gravado. Ele a montou de outra forma e gostei muito”, conta Goffi.

“Em C.A.O.S, perdi um pouco o pudor de trabalhar com instrumentos virtuais”, revela. “Músico tem muita reserva e pensa: puxa, se vou botar violino, por que não chamo o cara do violino? Por que não chamo o trompetista?”. Ao justificar sua opção, Goffi alega que é preciso economizar nestes tempos difíceis. “Realmente, abusamos dos instrumentos virtuais. Colocamos cordas, cello, baixo, trompete, vibrafone, acordeom e flautas. Combinamos isso com o lado orgânico da banda, que toca em todas as faixas. Em cada uma, há sempre a base gerada pelos seis músicos. Posteriormente, fomos colocando elementos em cima dessa base”, explica.

C.A.O.S é um disco orgânico, vivo, enfatiza Guto Goffi. “No meu caso, é uma sigla. Só que brinco também com o caos da mitologia grega, o momento que precede a criação. Isso foi desafiador para a gente. Falei: galera, se caos é o momento antes da criação, não existem manuais, regras e condutas. Vamos fazer um disco a partir da liberdade total de inventar o que a gente quiser. Estamos no caos, é o começo do zero absoluto.”

Goffi diz que a energia sonora do projeto é fruto da liberdade de brincar no estúdio e de poder tocar à vontade. “Meu disco é um banquete tropicalista de sons, batidas, solos, passagens musicais. Essa energia toda está nele. Quando faço uma música, acredito muito na atemporalidade dela, pois não faço uma canção que vá ser boa agora, neste momento. Quero que daqui a 100 anos o cara a escute e fale: que música legal, que letra bacana.”

De acordo com o compositor, essa conexão é inspiradora. “Existem textos que são para a frente. Shakespeare continua superatual. Isso porque a sociedade não mudou, continua mesquinha como era há 500 anos. É ainda desconfiada e, infelizmente, o ser humano continua sendo predador do mundo, destruindo tudo”.

C.A.O.S. faz parte do projeto de financiamento coletivo da plataforma Kickante, que, com a colaboração dos fãs, busca viabilizar a fabricação do CD e LP de Guto Goffi, além da edição de um livro de poemas e do box com os três discos solo do baterista e compositor.

FAIXA A FAIXA

Decassílablues
• De Guto Goffi e Claudio Bedran
Na hora de rezar
• De Guto Goffi, Maurício Barros, Fernando Magalhães e Rodrigo Suricato
Cérebros e cabeças
• De Guto Goffi, Maurício Barros, Fernando Magalhães e Rodrigo Suricato
A queda
• De Guto Goffi e Claudio Gurgel
Mais perfeito
• De Guto Goffi
Mais feliz
• De Guto Goffi
Mil nadas
• De Guto Goffi
A travessia
• De Guto Goffi, Maurício Barros, Fernando Magalhães e Rodrigo Suricato
Búfalos e leões
• De Guto Goffi e Xampu
Samba do adeus
• De Guto Goffi e Edu Krieger


(foto: Warner Chappell/reprodução)
(foto: Warner Chappell/reprodução)

C.A.O.S
De Guto Goffi
CD
Warner Chappell Brasil
Preço sugerido: R$ 20
Disponível nas plataformas digitais


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