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Estado de Minas

Milton diz que fazer show no Mineirão é realização de um sonho

Cantor encerra a turnê 'Clube da Esquina' com show no estádio em BH neste domingo (15), tendo entre os convidados Lô Borges, seu parceiro no icônico disco lançado em 1972


postado em 12/12/2019 04:00 / atualizado em 11/12/2019 23:33

(foto: João Couto/divulgação)
(foto: João Couto/divulgação)

"A equipe que a gente juntou foi uma coisa muito especial. Jamais vou me esquecer disso"

Milton Nascimento

Desde março, Milton Nascimento está percorrendo cidades do Brasil e do exterior com a turnê Clube da Esquina, quase sempre com ingressos esgotados. Os quatro shows de encerramento da tour serão uma grande celebração. O primeiro está marcado para domingo (15), no Anfiteatro Mineirão, em BH, e os demais para janeiro – dois em São Paulo e outro no Rio de Janeiro. “Esta é a turnê que mais aproveitei em toda a minha carreira. A gente viajou praticamente o Brasil inteiro (e mais nove países) sempre com a mesma alegria entre nós, fosse no palco, no aeroporto, nos voos... A equipe que a gente juntou foi uma coisa muito especial. Jamais vou me esquecer disso”, diz Milton, em entrevista por e-mail.

Em BH, subirá ao palco uma legião de convidados. Dos eternos parceiros do Clube – Lô Borges, Wagner Tiso e Flávio Venturini – aos mais recentes – Samuel Rosa, Criolo, Maria Gadú e Maria Rita. A direção artística é de Augusto Nascimento, filho de Milton. Wilson Lopes assina a direção musical e o cenário foi criado pela dupla Osgemeos.

Bituca não descarta surpresas em BH. “Como é uma ocasião especial, pode ser que tenha, sim, alguma diferença em relação aos shows anteriores. Mas a gente vai definir isso nos ensaios que vamos fazer com todos os convidados, já em BH. Tenho certeza de que quando juntar todo mundo no estúdio, muita coisa vai acontecer”, diz. Para ele, cantar no Mineirão é “um sonho”. “É o tipo de coisa que mexe muito com a gente, né?”, revela.

O repertório resgata canções dos discos Clube da Esquina 1 e 2, com maior foco no primeiro, um dos álbuns mais importantes da música brasileira. A banda é composta por Wilson Lopes (guitarra e violão), Alexandre Ito (baixo), Ademir Fox (piano), Widor Santiago (metais), Lincoln Cheib (bateria), Zé Ibarra (vocais) e o percussionista Ronaldo Silva, filho de Robertinho Silva, que trabalhou com Milton por quase 30 anos e gravou o primeiro volume do Clube.

ESTREIA 

Lô Borges diz que 1972 foi um ano especial para ele(foto: João Diniz/divulgação)
Lô Borges diz que 1972 foi um ano especial para ele (foto: João Diniz/divulgação)
Lô Borges, que assinou o Clube da Esquina 1 com Bituca, em 1972, participou de alguns shows da nova turnê. O músico mineiro não esconde a emoção de revisitar um dos trabalhos mais importantes de sua carreira. Aliás, foi o primeiro disco dele como compositor.

“Era um menino de 20 anos e o Bituca me chamou para fazer com ele um álbum duplo, inovação naquela época. E bateu o pé na gravadora, pois até então eu era um desconhecido. Fiz nove composições para o disco. Todas, inclusive O trem azul, Paisagem da janela e Um girassol da cor de seu cabelo, estão nessa turnê. É muito gratificante”, enfatiza.

Lô fez alguns shows de lançamento do Clube 1, há 47 anos. “Mas como era um cara meio rebelde, meio bicho do mato, acabei abandonando a turnê (risos). Lembro-me especialmente da temporada no Teatro Fonte da Saudade, no Rio. A crítica elogiou demais o show, mas comentou que eu e o Beto Guedes tocamos de costas para a plateia. A gente era muito tímido, ficamos meio assustados. A gente nem sabia como se comportar direito no palco.”

Aliás, aquele 1972 foi fundamental para a trajetória de Lô. Empolgada com a repercussão do Clube 1, a gravadora Odeon encomendou um trabalho solo ao jovem mineiro. Nascia ali o cultuado “disco do tênis”, batizado com o nome dele, que trazia a foto de um Adidas velho na capa.

“Realmente, foi um ano especial. Esse disco foi feito a toque de caixa. Eu compunha de dia, o Marcinho (Borges), meu irmão, botava letra à tarde. Uma correria. Não fiz turnê, assim que ele foi lançado, meio que fugi para a Bahia, virei hippie. Só fui fazer turnê recentemente, e foi um sucesso. Não imaginava que as pessoas gostassem tanto desse projeto. O disco do tênis realmente fez a cabeça de muita gente”, comenta.

ESTÚDIO 

Lô acaba de gravar um disco só com letras de Makely Ka pela gravadora Deck, que deve chegar ao mercado em março. “Makely é uma pessoa que admiro demais, com quem nunca havia trabalhado. Ele me mandava a letra via e-mail ou WhatsApp e eu logo fazia a melodia. Não gosto de música guardada em iPhone, na gaveta. Gosto de música no estúdio. Por isso o processo de produção desse disco foi até rápido. Ficou bem bacana”, revela.

Uma das faixas, Dínamo, que batiza o projeto, já está nas plataformas digitais e conta com a participação de Samuel Rosa, amigo dele há 20 anos. Desde 2003, Lô lançou seis trabalhos inéditos. O último saiu em abril – Rio da lua, parceria com Nelson Ângelo, que, aliás, compôs Fazenda, sucesso de Milton Nascimento. “Não faço música para fazer sucesso, mas para a minha satisfação pessoal. Estou muito feliz com a atual fase da minha carreira. Criando, fazendo shows, cheio de projetos”, festeja.

Lô Borges faz questão de destacar sua admiração pela nova geração de músicos – em especial, o mineiro Djonga, um dos nomes mais influentes do rap nacional. “Ele é o artista brasileiro mais instigante e interessante que apareceu nos últimos tempos. Foi meu filho Luca, de 21 anos, quem me aplicou na música dele. Letrista brilhante, vai continuar fazendo sucesso porque é muito talentoso. Assim como eu, ele veio da Zona Leste de Belo Horizonte, e está fazendo uma música absolutamente genial. Salve, Djonga!”, conclui.

Duas perguntas para...
Milton Nascimento/cantor e compositor

Os shows de encerramento em BH, São Paulo e Rio ocorrerão em espaços bem maiores do que aqueles em que você se apresentou ao longo da turnê. A venda para o Mineirão ultrapassou os 10 mil ingressos. Por que a ideia de cantar nesses locais?

Pois é, tem poucos dias que eu soube que já tínhamos 10 mil ingressos vendidos para o show de BH. Foi uma emoção muito grande. Além disso, vai ser no Mineirão, o que é um sonho... É o tipo de coisa que mexe muito com a gente, né? O carinho das pessoas com a turnê tem sido fantástico. E nesse encerramento a gente queria que elas se emocionassem ainda mais.

Quais são os seus projetos para depois do fim da turnê?

A gente vai lançar, em 20 de janeiro de 2020, a nossa série inspirada no Clube da Esquina. A maioria dos registros foi feita num estúdio de BH, outra experiência muito marcante pra mim. Foram encontros com amigos muito especiais, a gente cantou e também conversou bastante sobre tudo. É uma parceria entre a Gullane, a Nascimento e o Canal Brasil, que será exibida no próprio canal. Já vi alguns episódios e gostei muito. Espero que as pessoas também gostem.

MILTON NASCIMENTO – CLUBE DA ESQUINA
Domingo (15), das 17h (abertura dos portões) às 22h30. Anfiteatro Mineirão – Avenida Antônio Abrahão Caram, 1.001, Pampulha. Convidados: Lô Borges, Flávio Venturini, Wagner Tiso, Samuel Rosa, Maria Gadú, Maria Rita e Criolo. Inteira/1º lote: R$ 120 (cadeira superior) e R$ 180 (cadeira inferior). Open bar: R$ 300. Meia-entrada na forma da lei. Ingressos on-line no site Sympla. Postos de venda nas lojas Chilli Beans dos shoppings BH, Pátio Savassi e Diamond e nos totens do Sympla nos shoppings Cidade, Del Rey e Ponteio.


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