Jornal Estado de Minas

MÚSICA

Rolando Boldrin faz ode ao humor em novo espetáculo


Aos 83 anos, comemorando 61 de carreira, Rolando Boldrin não para. É ele quem dirige o próprio espetáculo, O cantador de histórias, em turnê por várias cidades brasileiras. Neste domingo (24), será a vez de Belo Horizonte. O artista encerra o
1º Encontro Longeviver, cuja abertura será do grupo Meninas de Sinhá. “Ao violão, vou cantando e contando histórias bem-humoradas, mas tudo com muita emoção. Ao longo do show, vou cantando e narrando toda a riqueza do canto e da prosa do nosso povo”.

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Entre as músicas mais cantadas pela plateia figuram no repertório seus maiores sucessos, Vide-vida marvada, tema do programa que comanda na televisão, e Ode ao Brasil. À frente do Sr. Brasil, produzido e levado ao ar pela TV Cultura, o apresentador ressalta que o objetivo da produção é dar espaço para a cultura brasileira e sua diversidade, convidando artistas consagrados ou os ainda desconhecidos do grande público. “A base são os ritmos e temas regionais brasileiros, como prosa, verso, música e causos”, reforça.

Sobre o show do Palácio das Artes, previsto para as 19h, Boldrin conta que é um espetáculo novo, com o qual viajará pelo Brasil. “Nele, conto histórias, canto algumas músicas e vou alinhavando tudo com causos engraçados, coisas muito curiosas, brasileiras. O show está muito bonito, divertido, e o meu objetivo é fazer a plateia se descontrair, se divertir bastante. Tem muita diversão e cultura, enfim, coisas que já faço na TV. Na verdade, sou um ator que canta, não sou um cantor. Meu espetáculo gira em torno dessas histórias que conto e das músicas que canto”.

Boldrin ressalta que O cantador de histórias não é um musical, mas, sim, um espetáculo teatral. “É bem intimista, para teatro mesmo, por isso vou fazer no Palácio das Artes. Esta é a segunda apresentação que faço deste espetáculo novo. Fiz, primeiro, em Dourados e agora em BH. Depois vou para o Rio de Janeiro (29/11) e São Paulo (6/12), e no ano que vem vou fazer pelo Brasil afora. Estou com 83 anos, mas continuo trabalhando muito. Faço meu programa na TV e shows. Não paro um minuto. Isto é bom para a saúde. Além disso, me cuido bastante, estou bem e continuo com o espírito jovem”.

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Ele recorre a um conceito universal, de que a música faz bem à alma. Mais do que isso: sustenta que é uma das razões pelas quais se mantém jovem. “Rir também é muito importante e conto muitas histórias engraçadas há anos. Gosto disso e me divirto também contando. Conto as histórias em que acredito e gosto de contar, pois também acho graça. Gosto muito do humor. Sou um ator que, quando fazia teatro e novela e, de tudo que fazia, gostava mais do humor. Não gosto muito do drama, mas, sim, de fazer o pessoal rir. Dizem que fazer o público rir é mais difícil, mas eu acho fácil, porque já faço isso desde criança”.



SINTONIA

Boldrin afirma não ver grande dificuldade em fazer a plateia cair na risada, partindo do princípio de que o brasileiro é bem-humorado e gosta bastante de ouvir histórias. “Muitas vezes, acontece um determinado fato, até dramático, mas muitas pessoas parecem levar na brincadeira e fazem humor, piada. Às vezes, um humor negro, carregado de verdade, mas não deixa de ser uma criatividade que o brasileiro tem. O brasileiro tem aquela coisa de fazer humor até com o drama, o famoso melodrama”.

Para Patrícia Lacerda, coordenadora do projeto, o 1º Encontro Longeviver, dirigido para a chamada terceira idade, é a realização de um sonho. “Nos sentimos responsáveis, protagonistas e colaboradoras num movimento de transformação social para o idoso em BH”. Ela conta que o evento surgiu a partir da percepção de como o grupo de senhoras do Alto Vera Cruz, Meninas de Sinhá, tinha mudado as vidas de suas integrantes, tornando-se referência para várias pessoas mais velhas e também para outras gerações. “Elas aprenderam a 'longeviver' melhor, a valorizar seus saberes, a explorar com arte e leveza seus talentos, mas também buscaram ir além, se reinventando, descobrindo suas capacidades”.


ROLANDO BOLDRIN E MENINAS DE SINHÁ
Domingo (24), às 19h, no Palácio das  Artes, Avenida Afonso Pena, 1.537, Centro, (31) 3236-7400. Entrada franca

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