Não poderia ser diferente com Espiral, seu novo disco, que traz 11 faixas inéditas. Ele acaba de chegar às plataformas digitais e também será lançado em CD e vinil. “Durante os ensaios, a gente sentia a vibração do Clube da Esquina, seja nos arranjos ou no jeito de tocar violão, além de outras referências mineiras”, revela.
O diretor musical do projeto, aliás, é de Minas: o cantor e compositor diamantinense César Lacerda, também radicado em São Paulo. Os dois já haviam se esbarrado algumas vezes. Inclusive, chegaram a cantar juntos. Certo dia, César quis saber se Ceumar preparava alguma novidade. “Isso tem um ano. À medida que ia mostrando a ele, César foi me dando o feedback. Foi um processo lento, porque, como mineira, gosto de fazer as coisas com calma, sem pressa”, revela.
César Lacerda foi fundamental para nortear o projeto. “Direção artística é algo muito amplo, passa por todos os níveis. Mas ele é muito cuidadoso, dedicado, sabe o que está fazendo. O mais bacana é que me acompanhou não apenas no processo musical, mas na escolha do figurino, das fotos. Fomos à 25 de Março escolher os tecidos que eu iria usar”, comenta Ceumar, aos risos, referindo-se à famosa rua do comércio paulistano.
Mesmo da Europa, onde se apresenta desde agosto, César Lacerda vem auxiliando a cantora nos detalhes da turnê, que começa no próximo fim de semana. “Ele é atento a tudo. É importante ter esse outro olhar, pois muitas vezes a gente não percebe algumas coisas”, diz ela.
MOVIMENTO
Espiral celebra os 20 anos de carreira e 50 de vida de Ceumar. O marco inicial foi o lançamento do disco Dindinha, em 1999. De acordo com o Dicionário de símbolos, de Jean Chevalier e Alain Gheerbrant, essa palavra “evoca o sentido da evolução de uma força, de um estado; simboliza desenvolvimento, continuidade cíclica, mas em progresso, rotação criacional”.O nome do disco vem da canção composta por Ceumar e César. “Quando a música ficou pronta, me veio a ideia da espiral. Mais do que a palavra, o conceito é que estava forte. A questão do movimento contínuo, das vidas passadas e futuras. Tinha muito a ver com o que eu queria dizer com esse trabalho. Logo depois, deparei com um samba do Criolo (Espiral de ilusão), que acabei regravando, tendo a Josyara tocando violão”, comenta.
O que não faltam são convidados mais do que especiais. Tô aqui, faixa de abertura, foi criada especialmente por Sérgio Pererê para o projeto. Outro mineiro é Lauro Henriques Jr., parceiro de Ceumar em Descalço e Amanheceu. Ainda tem Déa Trancoso e Cátia de França (que recitam, respectivamente, o trecho de um livro e de uma canção) em Todas as vidas do mundo, de PC Silva. Uma das preciosidades do disco é o piano de Nelson Ayres em O sal de seus olhos, composição de Ceumar.
FILHO
A participação afetiva fica por conta de Tiê Coelho Todão, de 22 anos, filho da artista, que canta, toca e compôs Looking for a place. “Ele fez essa música aos 15 anos.Os shows de lançamento estão marcados para 12 e 13 de outubro, no Sesc Pinheiros, em São Paulo. Com exceção de César Lacerda, que está na Europa, vão subir ao palco músicos que a acompanharam nas gravações: Fábio Pinczowski (produtor, teclados e programações), Jota Erre (bateria) e Fábio Sá (baixo), além de nove instrumentistas da Orquestra Jovem Tom Jobim.
“Estou bem animada. No domingo, teremos a participação do Zeca Baleiro, uma pessoa muito importante na minha carreira. Quero muito que Espiral chegue a vários lugares e, com certeza, vamos para BH”, promete.
ESPIRAL
De Ceumar
Selo Circus
11 faixas
R$ 30
Disponível nas plataformas digitais
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