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Estado de Minas CINEMA

Jovem profissional enfrenta o assédio do chefe em longa israelense

'Não mexa com ela', da diretora Michal Aviad, está em cartaz em Belo Horizonte


11/08/2019 04:00 - atualizado 09/08/2019 19:18

Intérprete da protagonista Orna, a atriz Liron Ben-Shlush diz gostar do fato de a personagem ter uma 'profissão regular' e não uma carreira no showbiz
Intérprete da protagonista Orna, a atriz Liron Ben-Shlush diz gostar do fato de a personagem ter uma "profissão regular" e não uma carreira no showbiz (foto: PAGU PICTURES/DIVULGAÇÃO )

Não mexa com ela, longa-metragem israelense em cartaz no Cine Belas Artes, trata do assédio no local de trabalho. Um dos selecionados para concorrer ao prêmio da Academia de Cinema de Israel – o vencedor será o indicado daquele país para tentar uma vaga na disputa pelo Oscar de Filme Estrangeiro – é dirigido pela cineasta Michal Aviad. Com uma obra majoritariamente documental, Michal enfatiza questões relacionadas à mulher.

A diretora já tratou da presença feminina nas forças armadas, da mutilação genital entre jovens africanas e de vítimas de estupro. Segundo longa de ficção da diretora feminista, Não mexa com ela, estrelado pelos atores Liron Ben-Shlush e Menashe Noy, acompanha os personagens Orna e Benny.

Casada e mãe de três crianças, Orna vive em Tel Aviv e consegue sua grande chance em uma construtora. Ela será a assistente de Benny, o proprietário da empresa, que está lançando um grande empreendimento turístico à beira-mar. Sua intenção é vender apartamentos para judeus ricos que vivem no exterior.

Competente e articulada, Orna logo começa a chamar a atenção do chefe e sobe na empresa. Mas o preço é alto – Benny, sempre que pode, assedia a funcionária. Ganhando bem e sustentando a família – o marido acabou de abrir um restaurante que ainda não decolou – ela, em um momento inicial, fica sem ação. O assédio de Benny começa discreto. Da primeira vez, sugere que ela solte os cabelos. Aos poucos, o chefe vai ficando mais ousado e o assédio acaba tornando insuportável a vida de Orna, no trabalho e com a família.

SOLIDÃO Michal Aviad filma as transformações da mulher com uma câmera discreta – Orna, em dado momento, se sente amedrontada e claustrofóbica; em outro, é uma mulher forte, capaz de fazer frente ao assediador todo-poderoso. Em suas decisões, ela está sempre sozinha.

“Foi muito importante fazer este papel. Uma das coisas que me atraiu foi o fato de Orna ser uma mulher normal, com um emprego regular. Ela não está no show business, onde o movimento #MeToo está acontecendo”, afirma Liron Ben-Shlush, de 35 anos. Para a atriz, Orna está aprisionada. “O assédio sexual é uma prisão, e ela pensou que poderia lidar com isto.”

Sucesso de público em Israel, Não mexa com ela, segundo afirma Liron, estimulou o debate sobre o assédio. “Isso ocorre em Israel como em qualquer outro lugar do mundo. Conheço mulheres que passaram pelo inferno em seu local de trabalho. Muitas delas vieram falar comigo após as sessões do filme. E acho que ele é a prova de que estamos avançando, pois é um testemunho de uma mudança em nossa cultura. Devemos continuar falando sobre essas coisas, todos os dias, todos os momentos, em todos os sentidos”, afirma.


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