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Uma obra 'feita ao vivo'


postado em 02/06/2019 04:12

Paula Fábrio escreveu No corredor dos cobogós com 'orientação' de alunos do ensino fundamental(foto: Viviane Magnon/divulgação)
Paula Fábrio escreveu No corredor dos cobogós com 'orientação' de alunos do ensino fundamental (foto: Viviane Magnon/divulgação)
A vontade de escrever um livro juvenil surgiu para Paula Fábrio quando ela mediou um clube de leitura para adolescentes numa escola da periferia. Foram dois anos de convivência, e entre uma leitura e outra ela apresentava trechos de No corredor dos cobogós, que ia escrevendo. “Eles aprovavam ou não, me ensinaram muita coisa, me ajudaram, sobretudo, a ajustar a linguagem e a me reaproximar desse universo jovem, repleto de planos, descobertas e muita imaginação”, conta a autora.

Seu livro conta a história de dois adolescentes, Haidê e Benjamin, unidos por um diário que ela escreveu em 1982 e que ele encontrou em 2015, numa quitinete de temporada em Santos. É dedicado aos alunos de sua oficina, da Escola Municipal Fernando de Azevedo, de ensino fundamental, e também ao crítico literário Alfredo Monte, que vivia na Baixada Santista e morreu aos 54 anos, em 2018.

“Eu queria contar uma história de amizade. Também queria falar sobre o tempo. Quando conheci o crítico literário Alfredo Monte, ele já estava doente, e eu percebi que não teríamos muito tempo juntos. Eu achava isso muito injusto. Ter conhecido alguém tão inteligente, tão generoso, e saber que isso acabaria em breve: o tempo era meu maior inimigo. Assim, eu inventei uma amizade para nós e, com o livro, pude estender nosso convívio, mesmo que imaginário”, explica Paula.
Há um personagem mais velho, portador de esclerose lateral amiotrófica, mal que causou a morte do crítico, mas Paula diz que mudou todo o resto.

O livro é dedicado também à cidade de Santos e uma tentativa de recriar umas férias roubadas da autora, menina à época. Era 1977, e a primeira vez que ela via o mar. Sua mãe teve ali o surto inicial de esclerose múltipla e ficou 30 dias deitada no sofá da quitinete alugada na Praia do Gonzaga.
“Foi nessas férias que eu convivi com outra menina, do apartamento vizinho, a Haidê, protagonista do livro. Além de Santos, Cubatão também recebe destaque devido a seus desastres ambientais na década de 1980. Havia naquela época uma atmosfera de receio sobre o futuro da cidade. A gente descia a Serra do Mar, passava por Cubatão com um certo pânico. Era muito triste.”

REENCONTRO Amizade, as dores do crescimento, famílias em transformação, doença, meio ambiente. Bons ingredientes para um livro juvenil que, nas mãos de Paula Fábrio, resultam em uma obra sensível. “Escrever essa história foi um baita exercício de alteridade, olhar com atenção para os conflitos de cada personagem e não promover preconceitos e estereótipos. Ao mesmo tempo, não ser chata e excessivamente didática. É tudo muito delicado.” E foi um reencontro. “Acho que fui um pouco como todos eles, Haidê e seu desejo de conhecimento, Benjamin e seu ‘flerte’ com o cachorrinho Sivuca, Nereu e seus complexos. Recebi certa discriminação social na adolescência como Nereu e também por ser um pouco nerd como a Haidê. Assim me juntei a poucos e bons amigos, como eles, e ainda mais aos livros.” (Agência Estado)

NO CORREDOR
DOS COBOGÓS
De Paula Fábrio
SM
132 páginas
R$ 41


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