Oferecendo experiência interativa voltada para a primeira infância, Mergulho, montagem do grupo catarinense Eranos, chega a BH. A temporada mineira vai até 16 de junho, no CCBB, com sessões de quinta-feira a domingo. Apresentado pela primeira vez na capital, o espetáculo tem dramaturgia construída a partir de histórias e imagens do mar criadas por crianças de 1 a 6 anos, durante processo desenvolvido em escolas públicas de Itajaí, em Santa Catarina.
A direção do espetáculo é de Max Reinert, com atuação de Sandra Coelho e Leandro Maman. A atriz explica que o grupo aposta na relação direta com a plateia, utilizando recursos audiovisuais e sensoriais. Na trama, um casal de universos diferentes – ele ligado à terra, ela ao mar – busca se encontrar com a ajuda do público.
“Nosso objetivo é envolver a criança. Entendemos que a curiosidade e a participação dos menores são estimuladas por meio do cenário intimista e da proximidade com os atores. Queremos estimular a interação com as crianças e transformá-las em figuras ativas do espetáculo, espaço de mediação entre limite e liberdade”, explica Sandra Coelho, que também é psicóloga.
Na primeira parte, entra em cena um explorador. “Ele vasculha o universo do mar, encontrando coisas que surpreendem tanto o personagem quanto as crianças.
PAIS O cenário remete a peixes, conchas, ostras e cavalos-marinhos. “As crianças se sentam ao redor dos personagens, podem tocar no cenário, conversar.
No fim, as crianças ganham um caderninho com os personagens para “expandir” o espetáculo, levando aquelas ideias para seu dia a dia. Sandra Coelho e Leandro Maman são casados e têm dois filhos pequenos. “Eles são um grande incentivo para nós”, revela a atriz.
Indicada para crianças de 1 a 6 anos, a montagem se baseou em pesquisas realizadas durante um ano em três escolas em Itajaí, onde o casal mora. “Elas nos trouxeram diversos recortes, sempre buscando histórias fora do universo televisivo.
Em breve, Mergulho vai se transformar em desenho animado. O grupo já planeja outra montagem, Barquinho amarelo, que pretende trazer a BH. Criado em 2009, o coletivo catarinense pesquisa as interfaces entre teatro de rua, teatro de animação, performance, fotografia e poesia, valorizando a linguagem onírica e o emprego de aparatos multimídia.
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