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Estado de Minas

em dia com a psicanálise


postado em 19/05/2019 04:09





Luta de poder

Desde sempre existem registros do comportamento humano. Encontramos pistas dos nossos antepassados mais remotos, encontramos pinturas rupestres contando histórias e mostrando desenhos dos hábitos e coisas que os homens viam e conheciam até que a escrita nos encontrou.

Os homens se esforçaram para criar sistemas de comunicação de diversas maneiras pensando na transmissão para o futuro das gerações vindouras das descobertas, feitos heroicos, conquistas e costumes. Criamos mitos para explicar nossas origens e nos fazer compreendê-las.

Há relatos de agressividade e lutas de poder desde sempre. Encontramos nos registros antigos, demonstrações de força do mais forte sobre o mais fraco, e a dominação e submissão pela violência.

A vida humana nunca foi simplesmente um presente de pais para filhos. A vida é dádiva, porém, para sobreviver é preciso conquistar este direito. Nossa luta começa desde a nossa prematuridade, pelas mãos dos nossos cuidadores até tornar-se autonomia. E é sempre relativa.

Até mesmo na observação de bebês fica claro que, desde que percebe a alteridade, isto é, que existe um semelhante, a reação é a de agressividade. Os bebês num determinado momento de desenvolvimento neurológico, quando já reconhecem o próprio corpo e o do outro, estranham o estranho e choram fazendo a pessoa recuar. E não aceitam colo desconhecido desde cedo.

A luta de poder já percorreu a história da humanidade e não há um tempo em que houve paz e harmonia entre os homens. Tivemos guerras sangrentas, tempo de invasões de territórios e grandes conquistas pela força, palestinos contra judeus, católicos inquisidores queimando bruxas, cruzadas, guerras mundiais e o nazismo.

Hoje, por mais modernos que sejamos, ainda diante do jogo de interesses e poder, custamos a crer que as coisas se passem como passam. Nossa capacidade de negação é assustadora, mesmo diante do desrecalque a que assistimos agora.

Milicianos constroem prédios e bairros inteiros na cara do Estado e nada. Marielle é assassinada espetacularmente diante da sociedade e do Estado e os mandantes não são pegos. Empobrecemos. A violência campeia em nosso solo e o que faz o Estado?

Nos empobrecem a educação e nos armam! O recurso mais pobre é responder por igual. Olho por olho, dente por dente. E chegamos a isto pela incapacidade de educar e civilizar nossa população, sustentando a desigualdade com cara de orgulho.

Ricaços desfilam seus reluzentes automóveis enquanto viram o rosto para os que dormem nas calçadas. Nada nos incomoda na miséria do vizinho. E cada dia cresce esta população.

Para quem não quer ver nada senão o que lhe agrada, resta a negação. Não precisamos administrar nossa agressividade, mas usá-la em defesa própria. Esqueçamos a educação que recebemos de nossos pais.

Esqueçamos a fraternidade, a tolerância, a filosofia. Empobreçamos a educação e armemos o cidadão. Quem que realmente olhe além do próprio umbigo pode acreditar no sucesso de tal empreitada?

Falhamos feio. E pior, não queremos acordar para o perigo. Quando tempos sinistros chegarem, esfacelados, desrecalcados (impelidos pela falta de educação a atuar com mais falta de educação ainda) e habilitados para sermos agressivos, só poderemos encarar o abismo à nossa frente. Você é convidado.


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