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Doação para a ciência


postado em 17/05/2019 05:07


Sua profissão final ficou entre advogado e jornalista,  mas meu “cara metade”, que pensou em ser médico, desistiu do projeto tão logo chegou à Faculdade de Medicina e deparou com um tanque cheio de corpos para serem usados nas aulas. Algum tempo atrás, alguém me informou que a metodologia médica mudou tanto que esse tipo de estudo com cadáveres não é mais comum. Não sei o que houve na informação, porque em São Paulo a prática continua e é bem divulgada. E o ato de doação é considerado um gesto nobre e procurado. Há quem doe, por exemplo, roupas e alimentos para pessoas necessitadas ou brinquedos para crianças carentes. Mas você já considerou doar seu corpo para a ciência? Não estamos nos referindo aqui a doações de órgãos, um gesto também reconhecidamente nobre e necessário para o bem de muitas pessoas que aguardam por um transplante. Doar o corpo é diferente. É manifestar, em vida, o seu desejo de contribuir para o avanço da ciência, de forma a beneficiar pesquisadores e alunos em seus estudos na área da saúde.

Embora a doação de corpos ocorra no Brasil, com todos os procedimentos legais e necessários, a prática ainda é pouco expressiva quando comparada à de países como os Estados Unidos, onde quase todos os corpos usados para fins de estudos médicos em faculdades e universidades são provenientes da cultura de doação já estabelecida ao longo de décadas. Os procedimentos para que a doação de corpo seja oficializada é feita de modo mais simples do que se imagina. Aqueles que queiram manifestar sua vontade de doar o corpo precisam elaborar um documento, expressando o desejo de doá-lo corpo após a morte. Com essa iniciativa, obtém-se o consentimento do doador para que seu corpo seja doado a uma instituição de ensino específica na área de saúde, indicada pela pessoa para fins de ensino e/ou pesquisa.

A doação pode ser feita por qualquer pessoa dentro das suas condições normais de saúde, que esteja apta a manifestar seu desejo e que tenha mais de 18 anos. É necessário também assinar o documento, reconhecer firma e entregar uma cópia ao centro que receberá a doação. Além disso, recomenda-se que os familiares estejam cientes da decisão do doador. Esses familiares precisam ter em mãos uma cópia desse documento. Após o falecimento, o velório pode ser realizado normalmente. O que muda é que, em vez de se dirigir para um cemitério ou crematório, o corpo vai para a instituição de ensino escolhida pelo doador.

A Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo (FCMSCSP) possui um processo já estabelecido para que as doações de corpos sejam realizadas. Existe uma legislação, que é seguida pela instituição, que tem um protocolo sobre o processo. Ao receber a documentação necessária do doador, o processo é levado para um cartório, onde o juiz dá ciência que o corpo daquele indivíduo está depositado na FCMSCSP e para um determinado fim: de ensino e/ou pesquisa. Assim, tudo fica muito bem documentado e a responsabilidade de uso e guarda passa a ser da instituição que responde legalmente. É importante informar os familiares sobre a doação. Pode ser feita a inclusão de, no máximo, duas testemunhas.


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