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Tela feminista


postado em 16/05/2019 05:08

Mostra em BH exibe produções feitas por mulheres, como Labibe Araújo, diretora de Minha raiz (foto: Mostra de Cinema Feminista/Divulgação)
Mostra em BH exibe produções feitas por mulheres, como Labibe Araújo, diretora de Minha raiz (foto: Mostra de Cinema Feminista/Divulgação)

Em 2015, a cientista social Rita Boechat propôs a realização de um filme sobre mulheres em situação de rua e sugeriu que três equipes fossem filmar simultaneamente no Centro de Belo Horizonte. O projeto deu certo, e quando a produção se reuniu para celebrar, alguém sugeriu: “Por que não fazer uma mostra de audiovisual só com trabalhos femininos?” Nascia assim a Mostra de Cinema Feminista, que chega a sua 5ª edição abrindo espaço para debates sobre feminismo, gênero e masculinidade. O evento, gratuito, ocorre de amanhã, 17, a 26 de maio no Sesc Palladium. Serão exibidos 82 filmes – nacionais e estrangeiros – todos com direção feminina. “A premissa para ser selecionado é ser dirigido por mulheres. Isso por si só é femininista, já que é um universo e um cargo extremamente masculino. Para ser diretora, a mulher tem de ter um poder de decisão que, muitas vezes, não é permitido socialmente. Feminino é algo que nos é imposto; feminista é uma decisão política. Daí a escolha do nome”, explica a comunicadora Mirela Persichini, uma das idealizadoras e curadoras.

A mostra é uma realização do Coletivo Malva, que, além de Mirela, reúne Rita Boechat, a historiadora Letícia Souza e a psicóloga Daniela Pimentel. Elas refletem sobre o cinema e suas implicações como dispositivo para pensar a sociedade. Assumindo o lugar da resistência no contexto atual, o evento decidiu homenagear cinco mulheres ‘valentes’: Sônia Guajajara (líder indígena e ativista ambiental), Marielle Franco (vereadora assassinada em 2018 no Rio), Nise da Silveira (psiquiatra que revolucionou o tratamento do transtorno mental no Brasil), Maria da Penha (que lutou pela condenação de seu agressor e se tornou líder de movimentos de defesa dos direitos das mulheres) e Indianara Siqueira (ativista trans). “Essas homenageadas estão presentes no festival através da luta que carregam. Não só nos debates, como nas produções que serão exibidas”, frisa.

A abertura amanhã (17) traz como destaque os filmes Minha raiz, da diretora belo-horizontina Labibe Araújo, e o curta Sou MC Carol, 100% Feminista, com direção de Merícia Cassiano. Em seguida, haverá conversa entre Labibe e o público. A programação terá ainda o longa As pastoras: vozes femininas do samba, documentário de Juliana Chagas que mostra o cotidiano das pastoras da Portela: Tia Surica, Neide, Áurea e Jane, exibido no sábado (18); o chileno Zuguleaiñ: Nós falaremos, da diretora Kelly Baur, no domingo (19), e o curta Eu preciso dessas palavras escritas, da diretora Milena Manfredini, que conta a trajetória de Arthur Bispo do Rosário, na quarta (22). “Apesar de ser uma mostra em que a mulher é o foco, os filmes abordam os mais variados assuntos e de vários estilos. Temos documentário, comédia, animação e até terror”, comenta Mirela.

Ela ressalta os momentos controversos que a mulher e o audiovisual vêm atravessando. Ao mesmo tempo em que enxerga evolução mundial do espaço que a mulherada tem ocupado, lamenta o retrocesso que atingem o cinema e a cultura no Brasil. “As mulheres, de uma maneira geral, se cansaram desse lugar que sempre ocuparam historicamente e decidiram dar um basta: vamos tomar o lugar que quisermos. É um processo que tem evoluído muito, ainda mais no cinema. Porém, por outro lado, vemos os cortes na cultura, na educação, que são fundamentais para a criação do pensamento crítico, para a formação de um povo. Por isso, mais do que nunca temos de levar adiante projetos como essa mostra, para resistir e refletir”. (ACB)

5ª Mostra de Cinema Feminista

De 17 a 26 de maio de 2019 no Sesc Palladium (Rua Rio de Janeiro, 1.46, Centro. (31) 3270-8100). Entrada franca. Programação completa: coletivamalva.com/4a-mostra-de-cinema-feminista/


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