Não há duvida de que a vitamina C é a mais conhecida de todos, não só na alimentação, mas também como referência dermatológica. Como antioxidante, ela tem vários benefícios para a pele, como ação clareadora, antienvelhecimento, imunoprotetora e até anti-inflamatória. É por conta de todas essas ações que essa vitamina é um clássico nas prescrições dermatológicas. “O ácido ascórbico, ou vitamina C, é um poderoso antioxidante, cuja aplicação tópica permite alcançar níveis que não seriam possíveis com a ingestão de frutas ou de suplementação oral. De modo geral, além de frear a ação dos radicais livres, a vitamina estimula a formação de novo colágeno e ajuda a proteger a pele dos efeitos do sol, na medida em que uniformiza o tom de pele e melhora sua textura. Também é importante para diminuir as rugas”, afirma a dermatologista Cláudia Marçal, membro da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD) e da Academia Americana de Dermatologia. “Mas um dos problemas da vitamina C é garantir sua estabilidade, ou seja, impedir que a substância sofra oxidação em seu frasco. Outra questão é garantir que ela penetre nas camadas mais profundas na pele.
Segundo o pesquisador em cosmetologia Lucas Portilho, farmacêutico e diretor científico da Consulfarma, a vitamina C está disponível no mercado em diversas formas, porém, em muitas, oxida com facilidade, pois o composto é quimicamente instável, perdendo rapidamente suas propriedades quando entra em contato com a luz, o oxigênio e o calor.
Segundo a dermatologista Cláudia Marçal, a potente ação antioxidante da vitamina C é atribuída à ação SOD-like (superóxido desmutase) que neutraliza os radicais livres. “A SOD é uma enzima antioxidante existente em nosso corpo. Com a vitamina C, adicionalmente, o resultado é uma proteção muito maior contra os radicais livres”, destaca Cláudia. Os radicais livres gerados pela radiação ultravioleta desencadeiam reações que causam diversos danos às células, como alterações químicas diretas ao DNA celular e à membrana celular e a quebra de proteínas, como colágeno e elastina.
A vitamina também participa de uma reação química que organiza as moléculas de colágeno em fibrilas, a forma que tem função na pele. O ativo ainda age na firmeza e elasticidade da pele, com dupla ação sobre o colágeno, promovendo sua síntese e impedindo a atividade das enzimas de degradação. “Ao inibir as enzimas MMP-2 e da MMP-9 (responsáveis pela destruição das fibras de ancoragem e sustentação da pele), a vitamina C age prevenindo o envelhecimento cutâneo. Em outras palavras, produzindo mais colágeno (principalmente do tipo 1 e 3) e inibindo a sua degradação, a pele apresenta mais firmeza e melhora da elasticidade”, explica a dermatologista.
Além disso, a vitamina C pode ser utilizada no tratamento da acne e rosácea, além de conseguir prevenir processos de hiperpigmentação pós-inflamatória. Outra característica do ativo é com relação à potente ação despigmentante, já que a vitamina C inibe a atividade da enzima tirosinase, responsável pela síntese de melanina, pigmento que dá cor à pele. Ao inibir essa atividade, há efeito clareador na pele..