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Helvécio Carlos


postado em 05/05/2019 05:08



“O empreendedorismo é pré-requisito para sobrevivência, mas, muitas vezes, não adianta você querer arrancar isso das pessoas“

A definição de workaholic cai como uma luva para Aninha Gutierrez. À frente das quatro unidades da BodyTech em Belo Horizonte – a mais nova, a do Ponteio, será aberta quarta-feira –, a empresária não tem a menor ideia de quantas horas trabalha por dia. “Quando me perguntam sobre isso, não sei dizer. Sou muito dedicada ao meu trabalho”, afirma, lembrando que por várias vezes depois de as luzes da academia serem apagadas os funcionários percebiam que a “chefa” ainda estava lá, em sua sala.

Mãe da pequena Maria, de 4 anos, fruto de seu casamento com Dhiego Lima, Ana, contudo, reconhece que é preciso saber equilibrar a vida profissional e a familiar. “Trabalho quantas horas forem necessárias, mas sou dona de casa, mãe, viajo, curto a minha vida. Sei que em tudo na vida a palavra-chave é equilíbrio”, pondera.

Aninha não abre mão de acompanhar a filha nos deveres de casa, faz questão de levá-la e buscá-la na escola, em tarefa que divide com o marido. “Não terceirizo a função de ser mãe com babá ou motorista. Quem faz isso sou eu. Mas é uma batalha e uma vitória todo dia”, reconhece ela, que ainda tem tempo para fazer as compras de supermercado “nem que seja às 23h”. “Tenho pessoas que me ajudam, mas estou próxima e diretamente ligada a tudo”, diz.

Neta de Neném Gutierrez (famosa por uma das melhores goiabadas produzidas em Minas Gerais, na fazenda da família, em Inhaúma), filha de Angela Gutierrez (anfitriã de mão cheia), Aninha reconhece que, nesse caso, não puxou a nenhuma delas. “A culinária realmente não é uma qualidade minha, um dote. Queimo pipoca de micro-ondas. Com certeza, à vovó não puxei”, reconhece, bem-humorada. “E a mamãe é anfitriã inigualável. Adoro ter minha casa cercada de amigos. Amo receber, amo ter pessoas em minha volta, adoro fazer festa, mas anfitriã como a mamãe é difícil. Estou tentando aprender um pouquinho com as duas.”



COM A PALAVRA...
Ana Gutierrez, empresária

Por oito anos você trabalhou em setores diversos na Andrade Gutierrez, mas preferiu seguir outro caminho e ter seu próprio negócio. O que a levou à escolha?

A escolha de alçar voo solo foi uma oportunidade que apareceu de trabalhar na área fitness, que era minha escolha pessoal. Eu fui frequentadora assídua de academia de ginástica. A mulher do meu pai (Vitória Faria) era dona de uma academia de balé. Fazia aeróbica de competição também. Minha vida girava em torno da área fitness. Um amigo trouxe a ideia e eu me apaixonei. Comprei a ideia. Foi uma vontade pessoal aliada a uma oportunidade.

Em fevereiro do ano que vem você completa 18 anos à frente da rede de academias. Como enfrentou aqueles desafios de início e se prepara para os novos?

No começo, havia uma grande academia na cidade, a Rio Sport Center, no Ponteio, que agora, 18 anos depois, vem a ser minha. O que eu fiz foi mudar o conceito de uma academia em Belo Horizonte. Com a Fórmula eu trouxe para BH um novo conceito de academia de ginástica. Não era uma academia de ginástica. Era um centro de saúde, qualidade de vida e bem-estar. Criei um conceito muito novo na época. Eu não queria academia para as pessoas simplesmente terem perninhas e bundinha bonitas, corpo bonito. Queria um centro de qualidade de vida. Isso, sim, foi um tabu que a Fórmula quebrou em Belo Horizonte. Na época, as academias estavam começando a ir para os shoppings. Eu fiz ao contrário. Coloquei um shopping dentro da academia. Agreguei à academia todos os serviços que eu imaginava serem necessários para compor: Spa, a fisioterapia, a ortopedia, o salão de beleza, a loja de suplementos. Criei um conceito muito maior. Esse foi o grande diferencial. Hoje em dia, o número de academias cresceu, nos preparamos para esses novos desafios trabalhando tecnicamente e constantemente no estudo de novas modalidades, na inserção de novas aulas. Prezando muito, o ponto principal é esse, prezando pela qualidade técnica de nossos profissionais.

Aos 26 anos, você encarou o desafio de abrir a franquia de uma gigante do mercado fitness, em uma época em que não se falava em empreendedorismo. O que você pensava naquela época e qual era a sua visão do futuro do empreendimento?

Realmente, aos 26 anos, encarei o desafio de trazer uma franquia de uma grande academia para BH. Nunca imaginei que fosse chegar 20 anos à frente de um negócio em expansão e estabelecido no mercado. Claro que não fiz um negócio para durar pouco tempo, mas, realmente, cresci mais do que imaginava, a paixão pelo negócio e a minha dedicação a ele só aumentaram. Cada vez mais estou envolvida e apaixonada pelo que eu faço. Então, é uma vitória, principalmente em uma cidade como Belo Horizonte, onde as coisas, em 90% das vezes, têm prazo de validade. Uma empresa comemorar 20 anos à frente do mercado é uma grande vitória.

Ser empreendedor hoje é quase um pré-requisito para sobreviver aos tempos atuais. Com sua experiência, o que se deve levar em conta na hora de tomar as rédeas do próprio negócio?

O empreendedorismo é pré-requisito para sobrevivência, mas muitas vezes não adianta você querer arrancar isso das pessoas. Tem gente que é empreendedor por natureza. Não adianta você querer forçar isso. Tomar as rédeas do próprio negócio requer, por exemplo, gostar daquilo que se faz. Existem casos onde as pessoas herdam ou querem seguir o que os pais fizeram e nem sempre acontece. É preciso ser apaixonado por aquilo que faz. E saber fazer. Você não precisa necessariamente botar ovo para ser dono de granja, mas tem que entender bastante o processo e ser apaixonado por ele. É preciso também ser um líder, um gestor de pessoas. Eu nunca fui formada em educação física, não tenho pé na área técnica do meu negócio. Nesse caso, se você não é especialista naquele que sua empresa faz, tem que ser especialista na gestão de pessoas. Esse é o grande lance.

Em sua opinião, qual a melhor definição de empreendedor?

Empreendedor é aquela pessoa que tem coragem de arriscar (com sabedoria, obviamente), abrir campo, e encarar desafios sempre de olho no presente e no futuro. A visão de futuro é fundamental para o empreendedor.

Sua mãe (a empresária Angela Gutierrez) é dona de acervos que ocupam três grandes museus – o do Oratório, em Ouro Preto; o de Sant’Anna, em Tiradentes; e o de Artes e Ofícios, na Praça da Estação. Qual a sua relação com a cultura? Tem intenção de dar continuidade ao trabalho de sua mãe?

Ser filha de Angela Gutierrez é realmente um grande responsabilidade. A paixão da mamãe pela cultura é quase como empreendedorismo. Isso é nato. Ela passa pela academia e brinca: Nossa Senhora, como você consegue tomar conta desses equipamentos todos? Cada macaco em seu galho. Não adianta querer desenvolver nela um amor por uma academia de ginástica, mas também não adianta arrancar de mim o tamanho da paixão pela cultura. Hoje, entendo a importância do que ela faz, do negócio dela. Um orgulho muito grande em dar sequência ao que ela faz.


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