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Jogada cultural

Distribuidora de jogos on-line destina 100% dos lucros das vendas de game brasileiro à reconstrução do Museu Nacional, no Rio, destruído após incêndio. Quase 700 produtos foram vendidos


postado em 01/05/2019 05:06

(foto: Dumativa/DivulgaÇÃO)
(foto: Dumativa/DivulgaÇÃO)


Há quase oito meses, em 2 de setembro de 2018, um incêndio destruiu o Museu Nacional, no Rio de Janeiro. Desde então, muitas ações procuram levantar fundos e encontrar formas de reconstruir o espaço e remontar o acervo. Boa parte das iniciativas partem do próprio setor cultural e os games, como parte dele, não ficaram de fora. A distribuidora brasileira de jogos on-line Nuuvem destinou 100% dos lucros provenientes das vendas de A lenda do herói, ocorridas entre 22 e 24 de abril, à recuperação do museu.

Os responsáveis pela empresa explicam que a inspiração veio após outro incêndio, na Catedral de Notre-Dame, na França, há duas semanas. “Vimos a Ubisoft (um dos maiores estúdios de games do mundo, com sede na França) promover uma ação com o jogo Assassin’s creed para arrecadar dinheiro para reconstrução da Notre-Dame. A catedral, inclusive, aparece em uma das versões do jogo. Então, aproveitamos o Dia do Descobrimento (22 de abril) para lançar uma ação pelo nosso Museu Nacional, que é um dos mais importantes de América Latina”, explica Rafael Marino, diretor de marketing da Nuuvem. Na plataforma, A lenda do herói custa R$ 38,49 na versão Premium e R$ 20,99, na Standard. Nos três dias de campanha, foram 696 vendas do game.

Bruno Lacerda, líder de conteúdo da empresa, conta que outro objetivo é “mostrar como os games podem ajudar a cultura de um país”. Para isso, o jogo escolhido para a campanha foi de produção nacional. “Entramos em contato com o A lenda do herói, temos relação muito próxima com ele. É um jogo que mistura música com a linguagem visual, ou seja, é um bom produto cultural. Além disso, é muito popular. No seu processo de criação, bateu recorde de arrecadação via crowdfunding quando estava sendo criado (em 2014, foram R$ 40 mil em 24 horas na Catarse, maior quantia para um game até então na plataforma). Por isso, ele se alinhava bem a essa necessidade que sentimos de enaltecer a cultura brasileira e ajudar o Museu Nacional”, argumenta.

Lançado em 2016 pelo Estúdio Dumativa, sediado no Rio de Janeiro, A lenda do herói foi criado pelos irmãos Marcos e Matheus Castro, donos do canal Castro Brothers, seguido por 3,6 milhões de pessoas no YouTube. Acostumados a mesclar humor e música em suas publicações, eles decidiram também lançar um game, que mantém essas características. Revivendo as características visuais de clássicos dos anos 1990, como The legend of Zelda e Super Mario Bros, em 2D e 8 ou 16 bits, o jogo é bem lúdico, acessível para várias idades. O personagem principal deve avançar pelo cenário, derrotar inimigos com sua espada e salvar a princesa. O diferencial é a trilha sonora, composta por Marcos Castro. À medida que o herói se movimenta na tela, a letra da canção vai explicando ao jogador quais movimentos devem ser feitos.

VALORIZAÇÃO

“Quando a Nuuvem chegou com esse projeto, junto com a Dumativa, não pensamos duas vezes, pois sabíamos da qualidade da proposta de cunho social e temos muita confiança nas ações da empresa. Vivemos uma época de crescimento dos games brasileiros e é muito bacana poder fazer parte disso”, diz Marcos Castro. O total arrecadado ainda não está contabilizado pela empresa e, segundo os responsáveis pela companhia, será destinado à Associação Amigos do Museu, fundada em 1937. Contando todas as doações que recebeu desde setembro de 2018, quando pegou fogo, o total destinado ao Museu Nacional por iniciativas privadas contabiliza R$ 977 mil. Boa parte não veio de brasileiros. O governo alemão destinou ao museu até o momento 180 mil euros – ou cerca de R$ 793 mil.

Bruno Lacerda, da Nuuvem, aproveita a campanha para destacar a força dos jogos eletrônicos produzidos no Brasil. “Quem produz games no Brasil tem feito um trabalho muito bom e vem ganhando reconhecimento merecido. Mas ainda existe muito preconceito contra o game brasileiro. Tem gente que até desenvolve o jogo aqui e publica fora, porque sabe que tem gente que deixa de jogar simplesmente porque é daqui”, argumenta. “Isso vai além do game. Na arte em geral, notamos isso. Muitas vezes o artista brasileiro é menos valorizado que o estrangeiro. Por isso, ações como essa visam valorizar a cultura brasileira, e fazer com que pessoas olhem para cá e se valorizem”, completa Rafael Marino.


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