Planeta hostil é uma série documental sobre natureza, mas oferece emoção digna de temporada final de Game of thrones. “Muitas das histórias são de cortar o coração”, disse o apresentador Bear Grylls, conhecido por fazer jornadas de sobrevivência com celebridades do cinema e da música. “Em geral, quando assistimos a uma série sobre a natureza, pensamos: ‘Nossa, que bonito’. Aqui, é: ‘Não, não, não!’.”
Em Montanha, primeiro episódio da série que estreou na National Geographic há menos de duas semanas, um casal de gansos de faces brancas protege os filhotes recém-nascidos a mais de 100 metros do chão. Mas chegou a hora de os pequenos deixarem o ninho. O problema é que eles ainda não sabem voar e simplesmente pulam no abismo para chegar lá embaixo, onde está a comida. São muitos minutos de suspense e terror, conforme cada um dos três filhotes salta, com chances pequenas de sobreviver.
Uma outra série, Life story, já tinha mostrado o drama dos gansos de faces brancas, que vivem na Groenlândia. Mas Planeta hostil tenta filmar os animais de maneira diferente.
Ao todo, a produção visitou 82 países, incluindo o Brasil, filmando durante 1.300 dias, para produzir os seis episódios – além de Montanha, Oceano, Pradaria, Floresta, Deserto e Ártico. O objetivo foi sempre acompanhar a história, segundo Bear Grylls.
CLIMA Mas a história comum que permeia toda a série é o impacto da mudança climática na vida já complicada e arriscada dos animais. Bichos de terras geladas convivem com temperaturas recordes e têm de lidar com a transformação das estações e a falta de comida. “Usamos as pequenas histórias para ilustrar o panorama geral”, disse Mateo Willis.
Os criadores de Planeta hostil esperam que, assim, mais pessoas se apaixonem pela natureza e a protejam. “Em um planeta hostil, em que sobreviver é difícil, esses animais mostram resiliência, adaptabilidade, inteligência. Eles começam a se comunicar e a trabalhar juntos.