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É possível suprimir diferenças?


postado em 21/04/2019 05:07






A paz é mais que um conceito: é um ideal. Um ideal que raramente se realiza entre muitos e poucos. A agressividade natural e sempre presente desde o início da vida do ser humano confrontado pelo que não é ele, pelo estranho, o diferente, o conduz ao equívoco de crer que seu modo é melhor que o do outro. Em sua defesa, inferioriza o outro, de modo que transmite subliminarmente seus ideais, às vezes, até de forma explícita.

Importante entender que as ideias disseminadas vão sendo absorvidas pelo homem comum, o bom homem simples e sem críticas, que passa a professar como verdade aquilo que “todo mundo” pensa. O que termina tornando-se ideologia dominante. Nem sempre isso quer dizer que tem razão. E isso só se pode ver depois.

Na Alemanha nazista, vale lembrar aqui, a grande maioria dos que votaram no Partido Nacional Socialista dos Trabalhadores nem sabia o que adotava, no que votava e nem imaginava para onde a estava levando e até onde chegaria. E a coisa pegou fogo. Instaurou a ilusão de poder na turba, a tal ponto que até os bons acabaram sucumbindo e passaram a tratar o outro, no caso os judeus, o diferente, como um abjeto, desumanizado, e coisificado, não tinha o direito de participar daquela sociedade, nem mesmo de viver. Pode-se prescindir do abjeto, exterminá-lo, pois perdeu o direito de ser vivente.

Outra situação histórica e polêmica foi a fundação de Israel no meio da Palestina. Desde que esta ideia foi crescendo, a filósofa Hannah Arendt defendeu aquilo que chamava de um perigo iminente que jamais funcionaria bem, trazendo uma guerra interminável. Porém, não tinha poder para impedir e foi voto vencido nas reuniões sobre o assunto que ela militava. E assim é.

A Pax Romana. Um conjunto de medidas político-administrativas aplicadas por Roma sobre suas conquistas. Um período considerado de paz e prosperidade que existiu no Império Romano de 27 a.C até o ano 180 d.C. Na verdade, Roma procurava levar o seu modo de vida e seus valores culturais (romanizar) para as regiões que controlava.

Para isso, as legiões romanas eram fundamentais. A presença das tropas garantia a expansão da cultura romana. Em casos de rebeliões, os soldados eram posicionados para reaver o controle e punir rigorosamente todos aqueles que colocavam em risco a “paz”. Suprimia o inimigo resistente à adesão ideológica.

Nem sempre, como se vê, a imposição de uma ideologia dominante única. Embora pareça apropriada pela disseminação de certezas, lógica e verdades, nem sempre é de fato um período de paz. Mas sim uma ferramenta de dominação opressora que mergulha na alienação, impede a reflexão, oculta o óbvio. Torna-se preferível não saber para evitar conflitos, tensões e até punições.

Atualmente, nos deparamos com contradições inegáveis. Afirmações como não houve golpe em 1964, o Brasil não passou pela ditadura, chegando ao cúmulo de ser cogitada alteração dos livros didáticos reescrevendo a história de acordo com o pensamento e a ideologia dominante, isto é, do poder.

Contradições e equívocos assistidos diariamente e depois “consertados”, confundindo o pensamento que se turva. A promessa de critérios técnicos para nomear ministros, até agora, não ocorreu. Poucos escolhidos estão dentro deste critério. No Ministério da Educação, por exemplo, o economista Abraham Weintraub não é da área técnica, sequer é reconhecido pelos educadores mais renomados do Brasil.

Chegou propondo a paz, que consiste em excluir quem não estiver alinhado com suas ideias. O medo é assim grande aliado do caos que se instala e que depois pode ter consequências gravíssimas e prejuízo para a educação e a democracia no Brasil. Afinal, a educação consiste no respeito e na discussão das diferenças para que se fortaleçam os laços de coesão social, uma vez que atende a uma maioria, uma soma de diferenças.

Estamos, pois, defendendo a clareza no entendimento e na observação dos fatos. Não por sermos comunistas, mas por repudiar fascistas. Nossa pior ameaça é não enxergar uma terceira margem. Nossa ameaça maior é cair em armadilhas ideológicas perversas, confusas e obscuras que trazem caos, desorganizando o pensamento, pois já não se compreende o que se passa. Cair em poder do outro que exclui o diferente. Cair em promessas que não se cumprem, nos desmentidos que vão intervindo, defendendo a não intervenção.


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