“Torçam por mim”
Izabella Iannotti, que trocou Belo Horizonte pelos Estados Unidos, é a única mineira na Palm Springs Fashion, feira promovida durante o Coachella, festival de música e arte realizado em abril, no interior da Califórnia. “O evento reúne influenciadores de moda dos EUA, blogueiras e celebridades”, conta a estilista, que comemora 25 anos da Roots by Bella, sua marca de acessórios e roupas.
Depois do Coachella, Izabella voltará a Washington, onde mora, para criar a coleção da DC Fashion Week, marcada para setembro. “Mal posso esperar. As ideias já estão explodindo na cabeça e não me deixam dormir. Tanto que não aguentei: adicionei à Palm Springs Fashion algumas peças da próxima coleção”, revela, contando que é impulsiva na hora de criar.
A estilista não esconde a vontade de participar da semana de moda de São Paulo. “Espero que aconteça em breve”, afirma. Izabella lançou coleção inspirada nas peças que criou para o Mercado Mundo Mix – a feira que unia moda, design e música, realizada na década de 1990.
Por enquanto, ela não pensa em voltar para BH. Está de olho em outros mercados espalhados pelo mundo.
COM A PALAVRA...
IZABELLA IANNOTTI
Estilista
Sua coleção mais recente se inspirou no Mercado Mundo Mix...
Foi uma volta no tempo. As ideias surgiram em cima disso e, claro, com algumas modificações e peças novas. Os cantores dos anos 1980, como Michael Jackson, Madonna e as bandas Queen e Guns N’Roses, servem de inspiração, com muito couro, metal e charme.
Qual foi a importância do Mercado Mundo Mix para o início de sua carreira?
Ele foi a minha inspiração, meu início, onde aprendi muito. Viajávamos pelo Brasil e isso me inspirava.
Das marcas que fizeram sucesso nos anos 1990, quais eram as suas preferidas?
Minha maior referência mineira foi a Vide Bula.
Minas Gerais, referência de moda no Brasil, inspira suas criações?
Sim, porque acho as pessoasde BH, em geral, lindas e arrumadíssimas. Então, isso sempre me inspira.
Como é o processo de criação de suas coleções?
Sou muito impulsiva. Há noites em que acordo com uma ideia e quero logo colocá-la em prática, o que dá certo na maioria das vezes. O mais difícil é lidar com o fato de minhas peças serem feitas a mão. Então, a imperfeição nem sempre me deixa satisfeita. Gosto muito de criar com o desenho e a forma natural do couro, dando às peças um design único.
Como você compara os mercados norte-americano e brasileiro?
O norte-americano valoriza muito os produtos feitos a mão. Diferentemente do Brasil, os Estados Unidos não têm abundância de artesãos, na minha opinião.
Como você construiu sua carreira – de BH, entre os anos 1990 e 2000, até a mudança para os Estados Unidos?
No início, fazia tudo em casa.
Por que você foi para os Estados Unidos?
Queria aprender inglês, outra cultura. Viver em outro país é desafiador até hoje, mesmo após 18 anos. Um ano depois de chegar, tive dois desfiles patrocinados por uma agência de modelos americana. Logo em seguida, tive dificuldade para encontrar o mercado e resolvi dedicar meu tempo a meus dois filhos. Nas viagens ao Brasil, comprava material, que não encontrava com facilidade nos Estados Unidos, e voltava a produzir peças. Durante esse período, continuei no mundo da moda como maquiadora, cabeleireira e dona de salão..