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'Quando Margot encontra Margot' é versão francesa de 'A dona da história'

Longa de Sophie Fillières traz mulher de 45 anos que encontra sua versão de 20 e tenta corrigir o rumo de sua vida, mudando determinadas escolhas, como a de parceiros


postado em 04/04/2019 05:09

Sandrine Kiberlain e Aghate Bonitzer interpretam a protagonista de Quando Margot encontra Margot, que tem Marc (Melvil Poupaud) como o amor de sua(s) vida(s)(foto: PANDORA FILMES/DIVULGAÇÃO)
Sandrine Kiberlain e Aghate Bonitzer interpretam a protagonista de Quando Margot encontra Margot, que tem Marc (Melvil Poupaud) como o amor de sua(s) vida(s) (foto: PANDORA FILMES/DIVULGAÇÃO)

“Vejo pessoas mortas. O tempo todo.” A frase de O sexto sentido, que entrou para a antologia do cinema pop, descreve um recurso que M. Night Shyamalan (mas não somente ele) usou com enorme habilidade – o do personagem fantasma que parece intensamente real, tanto para o protagonista do filme quanto para o espectador.

É nesse território que embarca a roteirista e diretora francesa Sophie Fillières com seu Quando Margot encontra Margot, que estreia nesta quinta-feira (4). Aqui, temos duas Margots, separadas por uma distância de 20 anos.

A Margot de 25 (Aghate Bonitzer) vive em Paris, trabalha (insatisfeita) numa loja de roupas, tem dois namorados e diversos amantes eventuais, divide apartamento com uma amiga e não sabe bem o que quer do futuro. Sabe apenas que chegou a um ponto em que precisa mudar de vida.

A Margot de 45 (Sandrine Kiberlain) vive em Lyon, é professora de história e geografia, tirou um ano sabático, recebeu a notícia da morte da amiga de juventude com quem dividia apartamento e está inclinada a fazer um balanço da própria vida.

As duas se encontram numa festa. Melhor dizendo, a Margot madura surge numa festa em que está a jovem Margot e se dá conta de que aquela garota é ela mesma, 20 anos antes. Sem querer deixar passar a oportunidade de corrigir o rumo, ela tenta influir em decisões da jovem Margot, parece resistir à ideia de que aquela mulher é sua versão futura.

O leitor perceberá que o parágrafo acima pode ser aplicado sem alterações para descrever A dona da história (2004), o filme de Daniel Filho em que Debora Falabella e Marieta Severo interpretam a mesma mulher. No caso do longa francês, Sophie Fillières deu ao roteiro certa indefinição sobre qual das duas é a miragem da outra. Estamos assistindo a uma mulher madura que revê as escolhas que fez na vida e onde essas a levaram ou a uma jovem adulta projetando cenários para sua vida futura, conforme as decisões que está por tomar?

O modo como os demais personagens se relacionam com as duas Margots dá uma pista, mas não uma resposta conclusiva para essa dúvida. A melhor amiga da jovem Margot não enxerga sua versão madura, já o homem da vida da Margot madura é capaz de ver (e se apaixonar por) sua versão dos 20 anos.

Quando Margot encontra Margot é um filme agradável, mas contraditoriamente pouco ambicioso, já que seu ponto de partida – uma ilusão temporal – é terreno fértil para grandes saltos. Tanto na forma como no conteúdo, no entanto, ele fica muito aquém de outros exercícios em torno do tema, como o recente Tully (2018), escrito por Diablo Cody, dirigido por Jason Reitman e soberbamente interpretado por Charlize Teron e Mackenzie Davis, com uma voltagem de conflito interior incomparavelmente superior às dúvidas que atormentam uma e outra Margot.


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