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Escritor Luiz Ruffato abre nesta quinta-feira o projeto Encontro marcado

Eventos, que vão debater com o público a criatividade literária, ocorrerão no Acervo dos Escritores Mineiros, da UFMG


postado em 28/03/2019 05:11 / atualizado em 28/03/2019 10:47

"Para começar a escrever um livro, demoro muito tempo. Só sento para escrever quando ele está comigo há muito tempo. Não há uma vírgula anotada (está tudo na cabeça). Daí o livro começa a andar por si só" - Luiz Ruffato, escritor (foto: Felipe Ruffato/Divulgacao)

Como se dá o processo de criação literária? Bem, cada autor tem seu próprio método. “Para começar a escrever um livro, demoro muito tempo. Só sento para escrever quando ele está comigo há muito tempo. Não há uma vírgula anotada (está tudo na cabeça). Daí o livro começa a andar por si só”, afirma o escritor mineiro Luiz Ruffato.

O autor de Cataguases, o romancista de Estive em Lisboa e lembrei de você (2009) e Inferno provisório (2016), é o primeiro convidado do projeto Encontro marcado, que tem início nesta quinta (28), no Acervo dos Escritores Mineiros, da UFMG. “Nosso objetivo não é colocar o escritor dentro de um auditório. Queremos que ele fique num laboratório de criação, com o público em volta, de uma maneira bem informal”, comenta Leandro Garcia, professor de teoria literária e diretor do acervo.

Criado em 2003, o Acervo de Escritores Mineiros é um espaço deveras interessante, porém pouco conhecido fora do meio universitário. No terceiro andar da Biblioteca Central da UFMG, o espaço guarda o acervo de autores como Cyro dos Anjos, Murilo Rubião e Henriqueta Lisboa. Além dos fundos documentais dos escritores (originais, cartas, fotografias), há também o mobiliário original. Com uma parte museográfica, o espaço recupera obras dos escritores, bibliotecas e gabinetes dos intelectuais.

Ruffato escolheu o espaço dedicado a Oswaldo França Júnior para conversar com o público. O escritor, de 58 anos, brinca dizendo que não vai deixar nenhuma herança para pesquisadores. “Não tenho versões dos meus livros. A minha versão é sempre a última. Tem gente que guarda as outras versões. Eu não, pois escrevo em cima do que escrevi”, diz ele.

A obsessão é tamanha que Ruffato reescreve livros já publicados. “Todas as novas edições dos meus livros foram mexidas”, conta. Inferno provisório, um de seus romances mais conhecidos, nasceu como uma série de cinco volumes, publicados a partir de 2005. Os livros foram editados pela Record até 2011. Quando mudou de editora e foi para a Companhia das Letras, o escritor lançou uma versão única do romance, com a reunião dos cinco volumes. “A mudança foi bem grande. Hoje, ele é bem diferente da edição original”, conta.

VIDA EM BOLHAS

No bate-papo desta quinta, o autor deverá falar de seu novo romance. Com previsão de chegada às livrarias em 22 de abril, O verão tardio tem mais uma vez a Cataguases natal como cenário (Ruffato vive há muitos anos em São Paulo). Na narrativa, Oséias, homem abandonado por mulher e filho, decide retornar a suas origens. Ao chegar à cidade da Zona da Mata, ele vai ao encontro de seus três irmãos. Cada um tem uma realidade econômica diferente. A família, que pouco se relaciona, traz um grande trauma no passado – o suicídio de uma irmã, aos 15 anos.

“A leitura menos óbvia é de que os irmãos, que vivem sem nenhum interesse uns pelos outros, mostram como nós passamos a viver em bolhas, nas quais as classes sociais não conversam. Para mim é a história recente do Brasil, em que abdicamos da convergência de interesse”, continua Ruffato. Ou seja, o individual predomina em cima do coletivo.

O Encontro marcado terá, até novembro, outras sete edições. Os convidados dos próximos meses já estão com datas marcadas (veja ao lado). Para o segundo semestre, ainda sem data fechada, estão confirmadas as participações de Conceição Evaristo e Milton Hatoum.

ENCONTRO MARCADO
Com o escritor Luiz Ruffato.
Nesta quinta (28), às 18h, no Acervo dos Escritores Mineiros, Biblioteca Central da UFMG,
3º andar, câmpus Pampulha. Entrada franca. Informações: (31) 3409-6079.

Próximos convidados:
25 de abril – Leila Ferreira
30 de maio – Paulo Henriques Britto
27 de junho – Antônio Barreto


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