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Meu pé me dói...

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Tive uma amiga que conseguiu o inusitado. Como sofria com joanetes que doíam muito, conseguiu operá-los e, a partir disso, se aposentou por invalidez. É mole? Esses milagres ocorriam antigamente, hoje as coisas andam mais apertadas. Mas quem sofre com o problema sabe o que ele significa no caminhar diário. Afinal de contas, o que é joanete? Seu nome científico é hálux valgo, e significa uma alteração óssea muito comum do pé do adulto. O joanete não é um osso que cresceu ou que surgiu, e sim um desvio do primeiro metatarsiano (osso do dedão) e das falanges, que se expressa como uma saliência na região de dentro do pé. As causas podem ser genéticas ou mecânicas, devido ao uso de calçados inadequados, principalmente salto alto e bico fino, além da sobrecarga (correr com tênis apertado pode causar uma força mecânica que favorece a deformidade).

Para evitar o problema, a primeira coisa a saber é que o sapato deve ser feito para caber no pé. Portanto, devem ser consideradas as modificações do calçado:

1 - Escolha o modelo que mais lhe agrada considerando que ele deve ter a ponta larga; “quadrados” ou “redondos”, que dão maior estabilidade à marcha, evitando quedas.

2 - Se for de salto, não ultrapassar 3cm.

Dê preferência aos tipos anabela, pois distribuem melhor a pressão.

3 - Nos tênis, dê espaço entre a ponta dos dedos e a frente, isso é preciso para que eles se desprendam do solo durante a marcha ou corrida.

4 - Troque os calçados diariamente, evitando atrito num ponto único na pele (bunion).

5 - Não acredite que o sapato irá lacear com o uso. Ele deve estar confortável já na hora da compra.

Os pacientes costumam perguntar sobre o uso de órteses ou splints para joanete. Não há evidências de que possam melhorar um hálux valgo estabelecido, no entanto, podem ajudar a aliviar ou não deixar piorar o desvio. A cirurgia para correção do joanete sofreu várias inovações nos últimos anos. As técnicas mais modernas, além de ser muito mais eficazes, dispensam o uso de gesso, o que facilita a reabilitação pós-operatória. Além disso, a queixa de dor é mínima, já que a anestesia utilizada, além de minimizar as complicações, promove uma analgesia muito mais prolongada no período pós-operatório. O procedimento exige alguns cuidados e o uso de calçado fechado só é permitido após 40 dias de cirurgia.
Neste intervalo, o paciente utiliza um calçado apropriado, que proporciona o apoio somente no calcanhar.

A maioria dos pacientes submetidos à correção do joanete pelas técnicas atuais desfrutam dos avanços da cirurgia moderna, dispensando o uso de gesso e estando liberados para apoiar o calcâneo no dia seguinte à cirurgia. Cuidados a seguir: não deixe de seguir à risca as recomendações do seu médico, a liberação para caminhar após a cirurgia envolve o indispensável (comer, ir ao banheiro, tomar banho). Evite caminhadas desnecessárias. Elas aumentam o inchaço, provocam dor e retardam a recuperação; esforços exagerados no período pós-operatório, incluindo caminhadas, podem colocar em risco o resultado da cirurgia pela perda da correção obtida; não deixe de realizar todas as consultas pós-operatórias para assegurar uma reabilitação adequada; há possibilidade de haver dor e edema residual por um período de até um ano após a cirurgia, a depender da natureza de cada um.

As chances de insucesso no tratamento do joanete são muito pequenas, desde que a cirurgia seja corretamente indicada, não haja complicações e as recomendações sejam estritamente seguidas pelo paciente, principalmente no que se refere ao uso de calçados. (Informações da Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo)..