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Cláudia Abreu volta ao teatro com peça sobre o caos contemporâneo

Ao lado de Leandra Leal, atriz está em Pi - Panorama insana, que questiona o papel do indivíduo e a condição atual da sociedade. Peça chega a BH neste fim de semana


postado em 21/03/2019 05:12

(foto: JOÃO CALDAS/DIVULGAÇÃO)
(foto: JOÃO CALDAS/DIVULGAÇÃO)

Em que estado se encontra a humanidade? Que mundo é este em que vivemos? A partir de perguntas como essas, tanto mais comuns quanto mais o cenário à nossa volta parece caótico, foi construído o espetáculo Pi – Panorama insana. A montagem, eleita o melhor espetáculo de 2018 pela Associação Paulista dos Críticos de Arte (APCA), chega a Belo Horizonte neste fim de semana. Serão duas sessões, sábado e domingo, no Sesc Palladium, dentro da programação do projeto Teatro em Movimento.

“Pi é quase um vômito. Ele nasce de uma necessidade imensa de ação, que, para mim, é muito forte. Não estamos no momento da reflexão, de ficar trancados num quarto lendo. Temos que discutir vivamente uns com os outros, pois este momento pede o coletivo, e não o individual”, afirma Bia Lessa, que assina a concepção e a direção do espetáculo.

Em cena, durante 80 minutos e sem deixar o palco em momento algum, estão quatro atores: Cláudia Abreu, Leandra Leal, Luiz Henrique Nogueira e Rodrigo Pandolfo. O elenco interpreta 150 personagens de diferentes nacionalidades. Às vezes há cenas conjuntas; às vezes, monólogos; às vezes ainda, momentos sem nenhuma palavra. Tudo se dá entre milhares de roupas usadas, que são utilizadas como cenário. Não há uma narrativa tradicional, com começo, meio e fim.

“O que a gente quer é fazer com que as pessoas reflitam sobre a nossa decadência, ver o que fizemos com o mundo. Fazemos isso em várias fases do ser humano, com suas alegrias e tristezas”, explica Cláudia Abreu.

A vinda a BH é uma reestreia de Pi. A montagem cumpriu temporada de dois meses em São Paulo, entre junho e julho do ano passado. Teve que ser interrompida por causa da agenda de alguns atores e só retorna agora aos palcos. Pi nasceu de uma vontade de Cláudia Abreu voltar ao teatro adulto, coisa que não fazia havia quase duas décadas.

“A primeira ideia era falar sobre os excluídos, pois queríamos trabalhar com autores contemporâneos”, conta a atriz. Na fase inicial do projeto, os atores convidaram Jô Bilac e Júlia Spadaccini para colaborar com os textos. Bia Lessa entrou em um momento posterior. “A entrada dela foi muito importante, não só por ela ser uma grande diretora, mas por ter uma visão estética e de escritura cênica. Ela ampliou a ideia de falar dos excluídos para falar de uma multidão, da raça humana”, afirma a atriz.

NORTE Bia Lessa levou para o projeto textos de Franz Kafka, Paul Auster e também de André Sant’Anna. O livro de contos O Brasil é bom (2014), de Sant’Anna, serviu como norte para a montagem. “A escritura foi construída a partir dos próprios ensaios”, conta Bia.

Pi tem início com os atores vestindo e desvestindo as roupas e se apresentando. “Tem, por exemplo, a Maria Cristina, que diz seu nome e seu CPF. Isso já é um pouco para a gente entender a maluquice que criamos. O capitalismo desenfreado e a divisão de renda completamente absurda mostram que já somos de fato um monte de CPFs e RGs”, explica Bia. A intenção, de acordo com a diretora, foi tentar criar uma individualidade. “Há momentos em que os atores passam a ser eles próprios no espetáculo e dão seu depoimento pessoal.”

Para Cláudia Abreu, a troca constante de personagens é “a grande dificuldade, mas também o grande trunfo do espetáculo. Estamos ali completamente sem defesa, sem pudor, totalmente à disposição do jogo cênico, sem descanso.” Para a atriz, trabalhar com Bia Lessa foi um reencontro. “Comecei minha carreira no teatro e poder voltar a ele com a Bia, com quem comecei (ela integrou o grupo da diretora aos 18 anos, quando fez Orlando e Viagem ao centro da Terra), e em um outro momento de vida, foi muito bom.”

PI – PANORAMA INSANA
Direção: Bia Lessa. Com Cláudia Abreu, Leandra Leal, Luiz Henrique Nogueira e Rodrigo Pandolfo. Sábado (23), às 20h, e domingo (24), às 19h, no Sesc Palladium, Rua Rio de Janeiro, 1.046, Centro, (31) 3270-8100. Ingressos: Plateia 1 – R$ 80 e R$ 40 (meia); Plateia 2 – R$ 70 e R$ 35 (meia); Plateia 3 – R$ 50 e R$ 25 (meia). Vendas na bilheteria e pelo site www.ingressorapido.com.br.


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