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"Aprendi tudo, mas foi duro, meu corpo sofreu"

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 Emerson Neves, de 46 anos, passou boa parte de sua vida em uma piscina. Na verdade, meio dentro e meio fora d’água, já que era atleta de salto ornamental. Entrou para o Cirque du Soleil já velho para os padrões da atividade – tinha passado dos 30. E teve que aprender tudo o que os colegas sabiam desde a juventude.

“Quando fui para o Cirque, me chamaram para fazer um treinamento que faziam para um banco de artistas. Eu ia para o O (em Las Vegas), que era o espetáculo de água. Mas, assim que terminei minha formação, não havia vaga disponível. Tive que ir para o Saltimbanco. Aprendi tudo, mas foi duro, meu corpo sofreu”, diz ele.

Emerson fez vários números durante seis anos no espetáculo.

Quando, no final de 2012, Saltimbanco encerrou sua trajetória, ele viu que tinha que operar quadril e joelho. A recuperação leva um ano. Retornou para o Cirque em 2016, aí como técnico.

É o responsável por toda a parte acrobática do show, que tem 10 números. Emerson tem que analisar quem precisa treinar quais números, quem está indo bem (ou não). “Os artistas nos atos (conjuntos) revezam, pois há coisas mais difíceis e outras mais fáceis.”

Há, por exemplo, o chamado royal version, que é a versão mais difícil de um ato. “Coisas que os artistas só fazem às vezes, geralmente em premières ou em uma cidade que está com a casa cheia.” Mas tudo vai depender de como o artista está no treino. Na temporada brasileira de Ovo, há alguns artistas/atletas novos no grupo.
Assun, Emerson tem que promover a integração dos novos com os profissionais que já estão no elenco há mais tempo.

Ele conta que, além dos números oficiais, há ainda um de back up (com um bambolê). O número é meio coringa, pode entrar em diferentes momentos do show – e ele é acionado sempre que há um problema. Uma sessão de Ovo nunca é igual a outra. “A gente tenta manter o show o máximo possível perto da maneira que a criadora, Deborah Colker, pensou. Mas às vezes não dá, os artistas mudam, então adaptamos com o que temos.”

Vivendo fora do Brasil há tantos anos, Emerson não tem mais residência no país. Sua casa é onde o marido, australiano, está. No caso, a cidade de Atlanta, nos EUA. Já os três filhos do casal vivem na Austrália.
E a mãe e os irmãos de Emerson estão em São Paulo. As visitas ocorrem sempre que possível. A rotina é dura: em média, os integrantes do Cirque trabalham 10 semanas direto e tiram duas de folga.

CIRQUE DU SOLEIL: OVO
Temporada até 17 de março, no Mineirinho, Avenida Antônio Abraão Caram, 1.001, Pampulha. Sessões: de terça a quinta, às 21h; sextas e sábados, às 17h e às 21h; domingo (10), às 16h e às 20; domingo (17), às 14h e às 18h. Ingressos: Premium: R$ 550 e R$ 275 (meia); Setor 1 (amarelo): R$ 440 e R$ 220 (meia); Setor 2 (verde): R$ 320 e R$ 160 (meia); Setor 3 (azul): R$ 260 e R$ 130 (meia). Tapis rouge: R$ 350 (mais o valor do ingresso premium). Setor disponibiliza estacionamento, coquetel, acesso separado, entre outras facilidades. Abertura do local: 1h30 antes do show. Capacidade: 5.918 lugares. Duração: 2 horas (com 20 minutos de intervalo).
Classificação: livre. Ingressos à venda no Shopping Cidade e no site www.tudus.com.br.

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