Antigamente, em algumas igrejas, sobre a habitual caixa de esmolas destinadas aos pobres era comum haver um presépio. Nele, a vaquinha balançava a cabeça em sinal de agradecimento, num gesto semelhante ao “sim”, sempre que alguém depositava uma moeda qualquer na fenda localizada no lombo de porcelana da bichinha. Era só colocar o dinheiro e a vaquinha meneava a cabeça, satisfeita. Na vida real, cotidiana, tem muita gente sem opinião própria, que concorda com tudo – principalmente se quem fala é o chefe. Não é incomum ver essa espécie de sabujo proliferar no ambiente de trabalho.
São os incompetentes que, por isso mesmo, resolvem puxar o saco dos poderosos a fim de se manter no emprego ou no cargo. Ficam lá num canto polindo as botas de seu senhor, ou então grudam, tal como rêmoras no tubarão, e se alimentam alegremente dos restos, lambendo os beiços e limpando a boca suja com as costas das mãos.
DUQUE – Título nobiliárquico mais elevado, somente abaixo do rei, herança dos romanos. A palavra tem seu berço no latim dux, guia, comandante, condutor. Lembra Mussolini, que se autointitulava duce, o próprio Adolf Hitler, fuehrer da Alemanha nazista, e a divisa da cidade de São Paulo: Non ducor, duco, não sou conduzido.
AEIOU – Essa reunião de vogais em certa época serviu como abreviação da antiga divisa do império da Áustria, adotada pelo arquiduque que, em 1440, foi coroado imperador com o nome de Frederico III. Seu antecessor, Albertus, usara as mesmas iniciais na divisa: Albertus Electus Imperador Optimus Viva! Frederico se limitou a mudar o pronome Alberto pelo título Archidux. Mas cortesãos procuram criar outras frases laudatórias, entre as quais estas: Austriae est imperare orbi universo, isto é, o destino da Áustria é imperar sobre o universo. Essa frase foi traduzida para o alemão e o inglês com o mesmo sentido. Em alemão: Alles erdreich ist osterreich unterthan. Em inglês: Austria’s empire is overall universal.
ITAIM-BIBI – Eis aqui o berço do conhecido bairro de São Paulo de nome tão curioso. Sua origem provém da junção do nome de uma chácara e um apelido. Tudo começou em 1896, quando o general José Vieira de Couto Magalhães adquiriu 120 alqueires num local conhecido como Chácara do Itaim. Em 1907, o doutor Leopoldo Couto de Magalhães, irmão do general, comprou parte das terras e fixou residência no lugar. Na época, os empregados da família, encantados com o filhinho de Leopoldo, colocaram nele o apelido de Bibi e assim se consolidou o nome do bairro, localizado próximo aos Jardins e ao Morumbi. É reduto da alta classe média paulistana, dotado dos melhores recursos, onde vive uma camada de gente sofisticada que, mesmo trabalhando bastante, aproveita o que a vida oferece de mais gostoso...
ARCO-DA-VELHA – São coisas absurdas, inacreditáveis, do arco-da-velha. Sua origem nos conduz a Portugal.