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Recado
“Lutar com palavras / é a luta
mais vã. / Entanto lutamos /
mal rompe a manhã.”

 Carlos Drummond de Andrade


Pendão da esperança
O ministro da Educação deu uma ordem: a meninada tem de cantar o Hino Nacional perfilada diante da bandeira. Alguém deve filmar o ato patriótico e encaminhar a prova para o ministério. Ops! Divulgar a imagem de menores é proibido. Críticas ecoaram de norte a sul, de leste a oeste. Sua Excelência voltou atrás. Ficou o dito pelo não dito. Da grita tiramos uma lição – Hino Nacional é nome próprio.

Escreve-se com a inicial maiúscula.

Estatueta e tapete vermelho
Oba! Domingo foi a festa do cinema. Atores, atrizes, diretores & cia. disputavam a estatueta oferecida pela Academia de Artes e Ciências Cinematográficas de Hollywood. Ganhá-la é a glória. Há quem ambicione recebê-la mais de uma vez. Vale, pois, a questão: Oscar tem plural? Tem. É Oscars.

O Oscar vai para...
Em 1931, a Academia de Artes e Ciências Cinematográficas de Hollywood instituiu prêmio para filmes e profissionais da sétima arte.
Como chamá-lo? Enquanto os organizadores buscavam um nome popular, a bibliotecária da instituição olhou pra estatueta e comentou: “Puxa! Como se parece com meu tio Oscar”. Foi assim que o fazendeiro da Califórnia Oscar Pierce virou o objeto de desejo de astros e estrelas da telona.
De lá pra cá
A crise na Venezuela trouxe ao noticiário questão de propriedade vocabular. Qual a palavra adequada para nomear a linha que separa os dois países? Alguns falam em fronteira. Outros, divisa. Limite também aparece. E daí? Os três substantivos separam, mas entes diferentes. Guarde isto: fronteira separa países. Divisa separa estados.
Limite separa cidades.

Mais do mesmo 1
“A fronteira com a Venezuela ainda permanece fechada”, disse repórter da GloboNews. Abusou. O advérbio ainda indica duração. O verbo permanece também. Em tempos de vacas magras, melhor fazer economia – usar um ou outro: A fronteira com a Venezuela permanece fechada. A fronteira com a Venezuela ainda está fechada.

Mais do mesmo 2
A mesma observação vale para “ainda continua”. Ambas as palavras indicam duração. Manda o bom senso contentar-se com apenas uma. Assim: A fronteira com a Venezuela continua fechada. A fronteira com a Venezuela ainda está fechada.

Explica-se
Com vírgula ou sem vírgula? A expressão “ou seja” é invariável.
Escreve-se sempre, sempre mesmo, separada por vírgula: O governo apresentou a proposta de reforma da Previdência, ou seja, o jogo começou. O deputado falou 120 minutos, ou seja, duas horas. Trabalho 12 horas por dia, ou seja, dedico metade da vida ao esforço de sobrevivência.
Leitor pergunta
O Planalto postou este tuíte: “Nova Previdência. Entenda porque é tão importante”. Seguidores reclamaram. “O porquê”, disseram eles, “está errado”. O Planalto corrigiu. Assim: “Nova Previdência. Entenda porquê é tão importante”. Errou de novo.
Ufa! Pode explicar o emprego dos porquês?

Marcelo Lima, São Luís

Vamos lá. Use:
Por que
1. nas perguntas diretas: Por que a nova Previdência é tão importante?
2. quando o porquê for substituível por a razão pela qual: Nova Previdência. Entenda por que (a razão pela qual) é tão importante.
Por quê
Só no fim da frase: A nova Previdência é tão importante por quê? A nova Previdência é importante. Entenda por quê (a razão pela qual é tão importante).
Porque
Na resposta a perguntas ou na indicação de causa: A nova Previdência é importante porque evitará a falência do Estado.
Porquê
Só tem vez quando o porquê for substantivo (em geral estará acompanhado de artigo, numeral ou pronome). Flexiona-se em número: Eis o porquê da importância da nova Previdência. Na entrevista, o ministro respondeu aos porquês dos repórteres. O Planalto tropeçou no emprego do porquê.
É isso. O Planalto mereceria nota mil com esta frase: A nova Previdência. Entenda por que é tão importante..