Vamos fazer uma viagem no tempo. Mais precisamente, à Roma Antiga, bem longe dos anavalhados dias que vivemos. Lá também havia escândalos. Um deles envolveu Caio Júlio César, então o homem mais poderoso do mundo, sua segunda mulher, Pompéia Sua, jovem e bela, e um audacioso sujeito chamado Publius Clodius.
Pompéia vivia muito sozinha, pois Júlio César passava um tempão fora da cidade, com seus exércitos. Certa noite, no ano 62 a.C. numa comemoração em louvor a Bona Dea, a boa deusa, na casa de Júlio César – evento de acesso tradicionalmente restrito ao sexo feminino – Clodius, caído de paixão por Pompéia, disfarçou-se de tocadora de lira e se introduziu na festa, mas acabou descoberto por Aurélia, mãe de César. Acusado de sacrilégio, foi submetido a processo e a júri popular.
No julgamento, César defendeu a honra da esposa e a considerou inocente. O penetra foi absolvido, mas Pompéia não se livrou do repúdio do marido.
O assunto repercutiu intensamente. No próprio Senado romano, o grande Cícero, usando palavras parecidas, imortalizou a sentença: “À mulher de César não basta ser honesta, é preciso parecer honesta”.
Mas honestidade não era artigo de primeira necessidade naquelas paragens, tanto que o próprio Júlio César, além de grande general, também ganhou fama como “marido de todas as mulheres e mulher de todos os maridos”...
SURURU – A palavra vem do tupi-guarani suru’ru, caranguejo. Mas um caranguejo especial. De cor preta e carne muito apreciada, é um dos pratos característicos da cozinha alagoana. Seu hábitat são as plantas dos mangues, em meio ao lodo, no fundo das lagoas. Lá, amontoado com outros caranguejos, dá impressão de que todos ficam brigando o tempo todo para ocupar um lugar. Assim nasceu a metáfora em que sururu designa luta ou confusão, geralmente arruaças de multidões ensandecidas.
ESQUIMÓ – Povo de tipo mongólico que, desde tempos imemoriais, habita as regiões mais ao Norte da Groenlândia, Canadá e Alasca. Vivendo em lugares gelados, os esquimós têm características muito singulares, como morar em casas chamadas iglus, feitas de blocos de gelo de forma abobadada. De uns anos para cá, passaram a rejeitar como pejorativo o termo esquimó, que, no idioma aleutiano, oficial na Groenlândia, significa “comedor de carne crua” – e agora dão preferência à designação de inuit, que significa, simplesmente, povo, mas continuam em meio a focas, morsas, baleias, leões-marinhos, cercados de icebergs, num meio ambiente hostil à maioria dos seres humanos, mas em beatífica paz nos eternos silêncios polares...
MACUMBA — Para a maioria dos estudiosos, o vocábulo, embora de origem controvertida, tem acepção depreciativa mesmo. Para alguns, vem do idioma quimbundo makumba, plural de dikumba, fechadura. É que, em certas cerimônias africanas, ele era mencionado como elemento para fechar o corpo. Seu conceito está arraigado na cultura popular brasileira para demonstrar desagrado com a má sorte.
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