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Cirurgia bariátrica e a cura do diabetes


postado em 21/02/2019 05:13



Quem pensa que cirurgia bariátrica é coisa nova se engana. Ela começou na década de 1950, está superevoluída e, hoje, muito mais do que a perda de peso, os benefícios para a saúde são incontáveis, incluindo o alto índice de cura do diabetes. Segundo o cirurgião Rafael Brandão Bittencourt, a história da cirurgia bariátrica teve início a partir da observação de pacientes que passaram por cirurgia de úlcera gástrica com retirada de parte do estômago e evoluíam com restrição gástrica, tiveram perda de peso, assim como aqueles que perdiam parte do segmento intestinal evoluíam com disabsorção e também perda de peso. As primeiras cirurgias para o emagrecimento, realizadas na década de 1950, apesar de promover redução de aproximadamente 40% do peso, geravam algumas complicações nutricionais e metabólicas decorrentes da má absorção.

Outro especialista da área, Marcus Martins, o precursor deste tipo de cirurgia em Minas, explica que, em meados da década de 1960, foram realizadas as primeiras gastroplastias com resultados mais animadores por procedimentos gastrorrestritivos, iniciando uma nova era na cirurgia da obesidade. Em 1979, é apresentada outra variação da cirurgia bariátrica, o bypass biliopancreático. O resultado desta técnica era uma significativa má digestão e má absorção.

A busca por procedimentos mais efetivos e menos invasivos levou ao desenvolvimento de um novo procedimento misto, porém com componente de restrição maior que disabsorção. Chegou-se assim a um procedimento com excelentes resultados, que se tornou um marco da cirurgia bariátrica moderna, e o procedimento mais realizado no mundo, o by-pass gástrico. A partir de 1991, iniciou-se a era da videolaparoscopia em cirurgia bariátrica, que é menos invasiva, dá mais segurança e recuperação mais rápida. Nunca se estudou, pesquisou e operou tantos pacientes em tão pouco tempo como no início deste século. É nesse período que começou a cirurgia bariátrica no Brasil.

Rafael Brandão conta que, em 2003, começou o estudo de uma nova técnica, batizada de sleeve, que remove cerca de 80% a 85% do volume do estômago sem mexer no intestino. Com excelentes resultados e baixos índices de complicações,  passou a ser aceita a partir de 2008 como técnica para o tratamento cirúrgico da obesidade. Atualmente, o by-pass gástrico e o sleeve respondem por quase 98% das cirurgias bariátricas realizadas no mundo, com pouco espaço para outras técnicas. Segundo Brandão, o futuro já começou com alguns cirurgiões brasileiros sendo treinados para a cirurgia robótica. Aqui em Belo Horizonte, o médico Marcus Eduardo Valadares Meireles Martins é um destes pioneiros no país.

Com a observação dos efeitos da cirurgia sobre o diabetes em estudos como Stampede (Surgical Therapy and Medications Potentially Eradicate Diabetes Efficiently), atingindo a remissão da doença de até 88% a 90% dos pacientes, começou uma nova era de desafios na cirurgia bariátrica, batizada de cirurgia metabólica, usada para tratar o diabetes, principalmente, além de outras comorbidades de origem metabólica, incluindo pacientes que têm obesidade grau 2 (IMC>35) e grau 1 (IMC>30).

Marcus Martins relata que estudos demonstram que a cirurgia bariátrica/metabólica está associada a reduções em todos os fatores de risco cardiovascular, eventos cardiovasculares reais, complicações microvasculares do diabetes, câncer e morte. Numerosos ensaios clínicos demonstram que a cirurgia alcança um resultado muito superior que o tratamento clínico para melhorias em todas as variáveis glicêmicas, bem como outros desfechos metabólicos. Esses benefícios são semelhantes entre indivíduos com diabetes tipo 2 e IMC pré-operatório de 30 a 35kg/m2 em comparação com os pacientes de cirurgia bariátrica tradicional com IMC>35kg/m2. As modernas cirurgias bariátricas por vídeo têm índices de complicação baixos quando realizadas em centros de excelência, sendo comparáveis com o risco de uma histerectomia ou artroplastia do joelho. (Isabela Teixeira da Costa/Interina)


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