Morreu ontem pela manhã o estilista alemão Karl Lagerfeld, chamado de kaiser da moda, e que fez carreira em Paris. Um dos maiores ícones do mundo da moda, era o diretor artístico da maison Chanel há 35 anos, e da Fendi, e deu sinal de que havia algo de errado com ele quando, em janeiro, não apareceu no final do desfile da marca. O burburinho sobre o fato inédito repercutiu mais do que a bela coleção. Afinal, aos 85 anos, ele faltar pela primeira vez dá o que pensar. Imediadamente, a Chanel soltou comunicado alegando que o motivo da ausência de Karl era “apenas cansaço”. No final, ele apareceu para cumprimentar seu braço direito, Virginie Viard.
Mesmo com a saúde fragilizada, Karl Lagerfeld não parou nem um minuto sequer de trabalhar. Deu instruções aos seus assistentes sobre a próxima coleção da Fendi, que será desfilada na Semana de Moda de Milão, que começou no mesmo dia de sua morte, e termina na próxima segunda-feira. Nunca quis falar sobre quem o sucederia, costuma se referir a si mesmo como alguém que seria imortal.
Lagerfeld fazia parte de uma rica família de industriais, nasceu em Hamburgo, em 1938, e viajou a Paris em 1952 para continuar seus estudos. Aos 16 anos, ganhou seu primeiro prêmio, ficando empatado com Yves Saint Laurent. Iniciou sua carreira em seguida, como estilista de alta-costura, quando foi contratado por Pierre Balmain, com quem ficou por três anos.
Em 1958, se uniu à Patou como chefe de costura e, em 1963, começou carreira solo como estilista independente para prêt-à-porter de diferentes marcas francesas e estrangeiras, incluindo Timwear, Krizia, Ballantine, Cadette, Charles Jourdan e Mário Valentino.
Assinou o estilo da casa de luxo Chloé, de 1964 a 1984, e retomou essa atividade a partir de outubro de 1992. Desde 1965, ele passou a colaborar com as irmãs Fendi, em Roma. Foi o primeiro criador de prêt-à-porter a criar seu próprio perfume com a Chloé, em 1974.
Em 1983, assumiu o cargo de diretor artístico da Chanel e, graças ao seu dinamismo, contribuiu para renovar completamente a imagem da marca.
Fotógrafo de mão cheia, gostava de fazer ele mesmo as fotos de suas campanhas. Uma das últimas que fez foi com Penélope Cruz como musa. Publicou seu primeiro livro de fotos em 1990. Karl Lagerfeld preferiu o diálogo com uma infinidade de formas e proposições no lugar de uma proposta única, parecendo dar a sua medida completa quando dizia, “tudo o que é comercial me diverte”. Agora é esperar para ver quem o substituirá à altura. (Isabela Teixeira da Costa/Interina).