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Estado de Minas

Público ignora as personalidades que %u2018batizam%u2019 espaços culturais de BH

Humberto Mauro, Alberto da Veiga Guignard, Clóvis Salgado e Raul Belém Machado contribuíram para o desenvolvimento da arte em MG. Marília Salgado orgulha-se de dar nome ao %u2018melhor palco italiano da capital%u2019


postado em 18/02/2019 05:04

Clóvis Salgado tomou posse como governador de Minas, em 1955, quando JK deixou o cargo para disputar a Presidência(foto: Eugênio Silva/O Cruzeiro/Arquivo EM)
Clóvis Salgado tomou posse como governador de Minas, em 1955, quando JK deixou o cargo para disputar a Presidência (foto: Eugênio Silva/O Cruzeiro/Arquivo EM)



Uma cena chama a atenção na fila da bilheteria do Palácio das Artes. O garoto, de cerca de 6 anos, questiona a mãe: “Quem foi esse Humberto Mauro? E o Juvenal Dias?”. A moça olha para os lados e responde, lacônica: “Provavelmente, foram pessoas importante na área das artes, meu filho.”


E ela está certa. Personalidades que contribuíram para a cultura batizam espaços culturais importantes de Belo Horizonte – teatros, museus e galerias, por exemplo. Boa parte deles, aliás, pertence à Fundação Clóvis Salgado, que ganhou esse nome em homenagem ao ex-ministro da Educação mineiro, um entusiasta das artes que também governou o estado.
Assim como o menino e sua mãe, muita gente não tem a menor ideia de quem foram Francisco Nunes, Abílio Barreto ou João Ceschiatti.


“É uma tradição dar a espaços, sobretudo públicos, nomes de figuras de grande importância na produção cultural. A maioria, que se sobressaiu nas décadas passadas, já morreu. Por isso o desconhecimento por parte das novas gerações. Porém, a homenagem é mais do que justa”, afirma o jornalista Beto Mateus, integrante do Instituto Histórico e Geográfico de Minas Gerais.


Uma rara exceção à “regra” relativa aos mortos é Marília Salgado, de 70 anos, cujo nome batiza um teatro da capital. “Sempre que o assunto surge, eu me divirto. Tem gente que faz um escândalo! (risos). Não fico falando sobre isso com ninguém, pois não me considero importante”, diz.


Apaixonada por teatro desde menina, Marília é filha de Clóvis Salgado. Casado com a cantora lírica Lia Salgado, ele fundou a Cruz Vermelha em Minas, em 1942, e decidiu criar um espaço dedicado às artes cênicas vinculado a essa instituição.
“Em BH, só havia dois teatros: o Francisco Nunes e o do Instituto de Educação. Até hoje, o Marília é considerado o melhor palco italiano da cidade. Quando ficou pronto, alguém sugeriu o nome Clóvis Salgado, mas o papai não quis de jeito nenhum. Mal sabia ele que daria nome a uma fundação de cultura, anos depois”, revela, aos risos.


Quando Clóvis sugeriu batizar o teatro como Marília, alguém questionou: “Mas qual Marília? A de Dirceu?”. “Na verdade, não deixa de ser um tributo a ela, pois fui batizada assim por causa de Marília de Dirceu. Tenho ligação com teatro, desenvolvi projetos de formação em comunidades e até cheguei a atuar naquele palco. Imagina uma menina de 14 anos ganhar um teatro que leva o seu nome! Achei o máximo, mas não me considero uma personalidade”, comenta Marília Salgado.


Atualmente, ela é curadora da exposição Teatro em construção: o Marília nos seus primeiros 20 anos, que ficará em cartaz até 3 de março, no lobby da sala que leva seu nome. Pode ser visitada de segunda a quinta-feira, das 10h às 18h, e de sexta-feira a domingo, das 10h às 20h.


Nesta reportagem, o Estado de Minas relembra a trajetória de personalidades que emprestaram seu nome a espaços culturais de BH.

 

QUEM É QUEM

»  FUNDAÇÃO CLÓVIS SALGADO
Nascido em Leopoldina, Clóvis Salgado (1906-1978) era médico e professor. Governou Minas de março de 1955 a 31 de janeiro de 1956, quando JK deixou o cargo para disputar a Presidência da República. Ministro da Educação (1956/1959), foi um dos idealizadores do Palácio das Artes, inaugurado em 1971. Criou o Teatro Marília e presidiu a Orquestra Sinfônica de Minas Gerais. Empresta seu nome à fundação que reúne galerias, teatros, cinema, escolas de arte e centro técnico de formação e produção, além de manter orquestra sinfônica, coral e companhia de dança.
.Avenida Afonso Pena, 1.537, Centro

»  GALERIA GENESCO MURTA
Nascido em Minas Novas, Genesco Lages Murta (1885-1967) foi pintor, desenhista, caricaturista e professor. Estudou em Paris. Em 1915, de volta a BH, abriu uma escola de desenho, escultura e gravura. A galeria que o homenageia fica no Palácio das Artes e oferece 300 metros quadrados de área expositiva.
. Avenida Afonso Pena, 1.537, Centro

»  MUSEU HISTÓRICO ABÍLIO BARRETO
O diamantinense Abílio Velho Barreto (1883-1957) foi historiador, jornalista, escritor e poeta. Idealizou e dirigiu o museu dedicado à história de BH, criado em 1943. Tipógrafo e revisor da Imprensa Oficial de Minas Gerais, também trabalhou no Arquivo Público Mineiro e no Arquivo Municipal.
. Avenida Prudente de Morais, 202, Cidade Jardim

» SALA JUVENAL DIAS
O musicista belo-horizontino Juvenal Dias (1908-1994) teve marcante trajetória artística e pedagógica. Flautista da Orquestra Sinfônica de Minas Gerais, seu nome batiza a sala em formato de semiarena no complexo do Palácio das Artes, que recebe shows, peças de teatro e recitais, sobretudo de jovens artistas.
. Avenida Afonso Pena, 1.537, Centro

»  TEATRO FRANCISCO NUNES
Nascido em Diamantina, Francisco Nunes (1875-1934) foi clarinetista, compositor e maestro. Criador da Sociedade de Concertos Sinfônicos de Belo Horizonte, dirigiu o Conservatório Mineiro de Música. Instalado no Parque Municipal, o teatro batizado com seu nome tem 525 lugares e foi inaugurado em 1950 – na época, chamava-se Teatro de Emergência.
.Avenida Afonso Pena, 1.377, Centro

»  TEATRO JOÃO CESCHIATTI
Ator, diretor e mestre do teatro mineiro, João Ceschiatti (1916-1987) era amigo de Bibi Ferreira, Paulo Autran, Paschoal Carlos Magno, Ziembinski, Lelia Abramo e Glauce Rocha, mestres dos palcos, a quem apresentava jovens artistas mineiros. Produziu e dirigiu vários espetáculos, revelou talentos. A sala que o homenageia foi inaugurada em 1984, no complexo do Palácio das Artes, e tem 150 lugares.
. Avenida Afonso Pena, 1.537, Centro

»  TEATRO MARÍLIA
Marília Salgado nasceu em Belo Horizonte, em 1950, filha do ex-governador Clóvis Salgado e da cantora lírica Lia Salgado. Clóvis era presidente da Cruz Vermelha, proprietária do Teatro Marília por 15 anos. Concebido como auditório da escola de enfermagem, ele foi inaugurado em 1964. Naquele ano, Marília Salgado encenou a peça Mulheres. Posteriormente, ela presidiu o BDMG Cultural por vários anos.
. Avenida Alfredo Balena, 586, Santa Efigênia

»  TEATRO RAUL BELÉM MACHADO
Raul Belém Machado (1942-2012) é considerado o principal cenógrafo de Minas, com trabalhos de destaque no teatro, dança e ópera. Figurinista, arquiteto e professor, atuou ativamente à frente do Centro Técnico de Produção da Fundação Clóvis Salgado (FCS). Seu nome batiza um teatro no Bairro Alípio de Melo e o centro técnico de produção e formação da FCS, na Avenida dos Andradas.
.Rua Jauá, 80, Alípio de Melo
 


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