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Maraíza Labanca fala de amor sob o prisma da poesia em 'Partitura'

Escrito a partir de uma viagem para a Serra do Cipó e impregnado da atmosfera do cerrado, livro tem lançamento neste sábado (16) em BH


postado em 16/02/2019 05:08



Uma história de amor é contada em fluxo sinuoso nas páginas de Partitura, novo livro da escritora mineira Maraíza Labanca, lançado pela Cas’a Edições. Pela primeira vez, ela investe na prosa, mas não abandona a poética presente em seus outros trabalhos. Desta vez, narra numa escrita sem obviedade o encontro de duas mulheres que “escrevem, falam, desenham e colhem folhas secas” em meio a um cenário vegetal.

Arbusto foi o primeiro título pensado para a publicação. A escrita teve início na Serra do Cipó e está impregnada pela atmosfera do cerrado mineiro, segundo a autora. “É um lugar que remete à minha infância, para onde retornei na época em que comecei a escrever. Anotava os dias da viagem e a escrita continuou na volta a BH, impregnada por aquelas paisagens”, diz Maraíza.

Para Maraíza, essa região “era uma espécie de paraíso infantil. Não à toa, retornei para escrever naquela paisagem, como quem retorna para casa, pelo que há de familiar e estranho ali”, diz a autora. “Também gosto muito da palavra ‘cerrado’ e da composição das paisagens de Minas: a disposição dessa vegetação, com a secura, a descontinuidade de árvores e os arbustos de porte médio.”

MUSICALIDADE

Partitura traz uma prosa poética, que não se encaixa em romance ou conto. “Li o livro para uma pessoa, a primeira leitora, e ela disse que parecia uma partitura. Passei a encarar, quase que pretensiosamente, como um novo gênero literário”, diz Maraíza. “Os diálogos foram pensados sensorialmente, entrecortados para que fossem lidos em voz alta, o que permite perceber uma musicalidade e uma cadência das frases, como também ocorre na poesia.”

Ela conta que, quando a escrita começou, não era seu intento publicá-la em livro. A história parte de uma espécie de diário da autora, em que se encontram sua imaginação e capturas dos dias na Serra do Cipó. “Escrevi porque precisava. Estava enfrentando dias de muita intensidade amorosa e escrever me ajudava a suportar aquele momento, além dos cortes e rupturas que viriam depois.”

“É um ponto de verdade muito íntimo e, por isso, difícil de publicar. Achei que poderia me expor em algum sentido. Escrevia arrancando lascas dos dias, como quem arranca lascas de árvores para conseguir atravessar. Só depois percebi que valeria a pena publicá-lo e levá-lo ao mundo”, diz.

A autora define Partitura como uma história de amor, embora não em seu sentido mais comum. “A narrativa não segue a estrutura convencional da ficção, de personagens, tempos e espaços definidos, com respeito à cronologia de fatos e ações. Quando se depara com esses pontos de verdade, uma narrativa que segue o real dos dias, você abala a estrutura ficcional. Também por isso, defini como partitura. Essa é uma história cheia de vazios, entrecortada.”

PROSA

Esse é o terceiro livro de Maraíza Labanca, que lançou também Refratário (2012) e Rés – Livro das contaminações (2014), ambos de poemas. A prosa poética adotada agora não é a única diferença entre Partitura e as publicações anteriores.

“Partitura é mais imagético e permite mais desdobramentos, com um fluxo e uma abertura maior. Investi em uma escrita mais íntima, mais erótica, de outra linhagem. Abre-se uma nova fase, que não é mais a dos poemas em versos, supercondensados e sucintos dos primeiros livros”, comenta Maraíza.

Por ora, a escritora não define qual gênero seguirá em trabalhos futuros. “Acredito na escrita como experiência, que nasce e só depois adquire forma e dita seu próprio caminho. Por isso não faço projetos. Mas adianto que não pretendo abandonar a prosa poética. Partitura é o livro de que mais gostei.”


PARTITURA

. De Maraíza Labanca
. Cas’a Edições (48 págs.)
. R$ 25 (promocional para o lançamento) e R$ 30 (preço de capa)
. Lançamento neste sábado (16), das 11h às 17h, na Feira Textura. Rua Esmeralda, 298, Prado. Entrada franca.


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