"PARA QUE TODOS E SINTAM DENTRO E UM ABRAÇO"
O que seria apenas a apresentação de quatro bandas mineiras em benefício de uma causa, a da Associação Querubins, transformou-se em uma noite de emoção. No palco, as bandas Jota Quest, Lagum, Skank e Tianastácia levantaram a plateia com grande sucessos, mas, sobretudo, deixaram clara a revolta com o que os músicos classificaram como a “tragédia barra crime” de Brumadinho, assim como manifestaram solidariedade às famílias das vítimas e aos bombeiros, grandes heróis dessa tragédia. “Esse acontecimento é tão absurdo, tão surreal para os brasileiros e nós, mineiros, aqui do lado, que estamos como barata tonta sem saber
o que fazer, o que falar”, disse Rogério Flausino, vocalista do Jota Quest.
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Para o músico, todos estão pedindo justiça para que isso não volte a acontecer. “Existem muitas pessoas, não estou falando de empresa, que, ao longo desse período, poderiam de alguma forma ter evitado a tragédia. Não foi feito. Existem pessoas que precisam ser punidas. Grandes corporações também. Isso não pode ficar impune.
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Samuel Rosa também lembrou o trabalho dos bombeiros, que “estão lá sofrendo todo tipo de perturbação psicológica, o que não deve ser algo fácil”. Magda Coutinho, idealizadora da Associação Querubins, espera que a tragédia de Brumadinho faça cada um de nós entender a real importância de cuidarmos uns dos outros. “É importante tomarmos consciência de que estamos aqui ajudando a construir um mundo melhor. Essa é a minha razão de vida. Plagiando Renato Russo, é preciso amar as pessoas como se não houvesse amanhã”, afirmou, em vídeo exibido em telão. A música não estava no roteiro, mas foi cantada de improviso pelas bandas.
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Tutti Maravilha, apresentador da noite, deu conta do recado. Nos intervalos entre uma banda e outra, circulou pela plateia conversando com o público.
EM BUSCA DE SOLUÇÕES
ENTRE GOVERNO FEDERAL E INICIATIVA PRIVADA
O secretário de Estado de Cultura de Minas Gerais, Marcelo Matte, esteve nos bastidores, pouco antes do início do show. Ele disse que, por enquanto, não há nomes para indicar à presidência da Fundação Clóvis Salgado. “Quero conhecer a estrutura para operar com orçamento reduzido”, afirmou à coluna.